Eu escrevo e te conto o que eu vi

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Um gajo deveras apaixonado pelo que faz. Jornalista, magro, pobre e feio. Tio da Carolina e da Gabriela, marido da Viviane. Repórter de esportes e motor, sãopaulino consciente, assessor de imprensa, fanático por automobilismo e esportes de aventura, e também freelancer, porque ninguém é de ferro.

terça-feira, setembro 19, 2006

Atirei o pau no gato-tô

AMERICANA (eu sei o que vocês fizeram no verão passado) - Aconteceu há dois sábados. Eu estava de carro com a minha namorada. O carro do meu pai. Eu dirigia, ouvíamos música a um volume pouco aceitável. Estávamos em um bar momentos antes. Depois de nos deliciarmos com um prato de fileto al gialo e um scalopini al funghi, bebemos algumas doses de Red Label com frutas.
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Nada que deixasse ninguém alterado. Afinal, bebemos devagar.
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Mas aconteceu.
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Era tarde da noite, estava escuro. Ventava muito e a lua estava encoberta pelas nuvens que anunciavam novas tormentas. Dirigíamos em meio a madrugada falando bobagens, do que aprontaríamos ao chegar em casa, das férias de verão. Estava escuro. Numa curva, o instinto enganou o pobre. Eu estava mais à direita. Ele, no meio. E, ao invés de partir para a esquerda, correu em minha direção.
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Não tive como desviar e evitar o impacto.
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Senti o cárter roçando-lhe com força a cabeça, e os pneus passando por cima de seu corpo, fazendo-o rolar. E agora? Corre, vai embora. Estava escuro e não tinha ninguém na rua que testemunhasse aquela cena, que me provocou reviravoltas intestinais durante toda a madrugada. Ela também, acordou vomitando e com dores de cabeça. Que julgo serem dores na consciência. As minhas atacam o intestino.
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Tentamos esquecer daquilo tudo. Era um novo dia, ensolarado, agradável, ao contrário do que anunciavam as escuras nuvens de penumbra. Porém, nossas consciências rodopiavam e nos consumiam em culpa. Durante à noite, eu escutava o barulho das rodas do carro esmagando o pobre coitado, do chacoalhar do veículo ao passar sobre seu corpo, que no retrovisor ainda rolava próximo da sarjeta.
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No dia seguinte, o vi ali. Abandonado ainda, perto de uns galhos secos, encostado na calçada. Com a barriga para cima, duro. Morto. A consciência pesada novamente mandou seus sinais ao intestino. Menos um que vaga pelas ruas à mercê de pessoas maldosas ou que esperam pela bondade e solidariedade alheia, por um pouco de comida ou um afago. Mas não me orgulho disso.
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É. Eu atropelei um gato.

3 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

como diz as tirinhas de adão tkjhasjh (nunca sei o sobrenome dele -nem escrever, nem falar): 1000 anos no inferno.
tadinho do gato! nem devia contar uma coisa triste dessas aqui. bjks

8:12 PM  
Blogger Ricardo Pieralini disse...

A curiosidade matou o gato.

3:58 PM  
Anonymous Anônimo disse...

escutava o barulho das rodas do carro esmagando o pobre coitado, do chacoalhar do veículo ao passar sobre seu corpo..
eu tenho curiosidade de saber como é ser o gato será que ele nao tinha essa curiosidade
?
sratropelado@hotmail.com

10:51 PM  

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