Eu escrevo e te conto o que eu vi

Um blog sobre tudo e sobre nada.

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Local: São Paulo, SP, Brazil

Um gajo deveras apaixonado pelo que faz. Jornalista, magro, pobre e feio. Tio da Carolina e da Gabriela, marido da Viviane. Repórter de esportes e motor, sãopaulino consciente, assessor de imprensa, fanático por automobilismo e esportes de aventura, e também freelancer, porque ninguém é de ferro.

sexta-feira, setembro 29, 2006

Penso com meus ovos


AMERICANA (e foram-se os botões) - Um desastre, a minha receita de ovos moles. Namorada diz que adorou. Depois, na hora do almoço, falei que tinha ficado doce demais e ela fez aquela cara de concordei porque te amo e comi pra provar que te amo, mas que tava exagerado de doce, tava sim, em suma, uma porcaria. Até a privada fez cara de reprovação quando joguei a mistura nela. Quase cuspiu de volta em mim a meleca amarela.
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Mas eu sou brasileiro, americanense, sãopaulino, ferrarista e jornalista que não desiste nunca. E tenho amigos e amigas que gostam das minhas gororobas e outras (né Lili) que me disseram de outras receitas. Lembrei-me dos ovos mexidos do Rio de Janeiro (no Intercontinental, mooooorram de inveja novamente) e achei, no Terra (salve, Piera!) a receita. E vi que não tem que ter frigideira coisíssima nenhuma, anta.
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Abaixo, a receita com foto. Como que dizendo: "eis-me aqui, senhor!". Cubram o teclado, para não babarem nele:
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Ovos mexidos com bacon
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1 colher de sopa de manteiga
2 colheres de sopa de leite
4 fatias de bacon
4 ovos
sal e pimenta do reino
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Doure as fatias de bacon em uma frigideira. Coloque a manteiga em uma pequena panela e leve em banho-maria para derreter completamente. Em uma tigela, misture leite, ovos, sal e pimenta-do-reino. Coloque a mistura na panela com a manteiga e cozinhe em banho-maria mexendo regularmente para que os ovos fiquem no ponto. Sirva com o bacon.
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Viu só? Seu coração e estômago agradecem. Efusivamente.
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(PS: Como eu apanho pra colocar foto nessa porcaria!!! E não ficou do jeito que eu queria!)
(PS1: O título, apesar de ambíguo, não faz nenhuma referência a pensar com os testículos)

quinta-feira, setembro 28, 2006

Creco e os ovos

AMERICANA (mais otimista do que beneficiário do Fome Zero) - Sou um apreciador de ovos. Ovos provenientes de aves, que fique bem claro. Gosto de qualquer jeito, menos com cebola, que odeio. E como estou com vontade de escrever, mas sem inspiração nenhuma e nenhum assunto legal pra tratar, vou falar de ovos.
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Quando moleque, eu comia ovo frito três vezes por semana. Porque a minha mãe regulava, senão comeria todos os dias. Ovo caipira (a gema é mais amarelinha e forte) misturado no arroz-feijão. Um clássico da cozinha interiorana. A melhor combinação proteína-carboidrato (certo, Vivi?) que se pode ter na geladeira, caso carne seja algo em falta no seu freezer.
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Há três anos, experimentei pela primeira vez o tradicional scrambled eggs with bacon, no Hotel Intercontinental, no Rio (fui de graça, mooooorram de inveja). No início eu achava aquilo mais uma pataquada estadunidense pra entupir as veias do coração com gordura de frituras. Eu bradava, irônico: "ovo mexido com bacon, de manhã? Seu estômago e coração agradecem!".
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Pois não é que o treco é bom pra mais de metro? E, como diz minha tia, "dá uma sustância!...". Amei, amei, amei. Aí, tentei fazer. Mas a receita vai leite, acho, sei lá. Fiz uma vez, sem leite, e ficou menos 'úmido' que o original. Mas gostei, porque as claras ficaram bem durinhas e as gemas, molinhas. Um salzinho e uma pimentinha-do-reino na preparação, e tens um bom café da manhã saindo da frigideira.
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Quando criança, adorava gemada. Mas não daquelas quentes, com leite. Gema pura mexida na colher com açúcar. Engorda, né? Não uma criança anêmica de 7 anos de idade e com um cabeção DESTE tamanho.
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Hoje, o caderno de culinária do Estadão trazia um especial sobre ovos e os doces portugueses. Sou um fã confesso do pastelzinho de belém (a única coisa que presta no Habib's) e peguei uma receita, no próprio Estadão, de 'ovos moles'... Faz com açúcar dissolvido em água fervente, farinha de arroz (Mucilon, para os leigos) dissolvido em água fria... Taca tudo no fogo e mistura com as gemas até engrossar.
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E, com uma gemada dessas, engrossa mesmo.

terça-feira, setembro 26, 2006

Inquieto

AMERICANA (tá na hora de sair de casa) - Inquietude. Dias de trovão, de calor à tarde, de preguiçosas manhãs frias e noites gélidas. Dias de pressão, estresse, raiva, questionamentos, vontade de meter o pé e a perna no pau da barraca, na barraca, no chefe, nos radares de trânsito, no horário político. E o bloqueio. Nada pode ser feito. Por enquanto. Calma.
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Porque o mundo parece ser uma bosta, porque só você me surgiu de bom, porque você me suporta, me apóia, me entende, me excita e me acalma. Porque o sol bate de um jeito diferente na janela quando acordas do meu lado; porque se eu te mimo, se cuido bem de ti, é porque quero que jamais saias do meu caminho. Porque tu, e somente tu, o iluminas.
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E isso basta.

segunda-feira, setembro 25, 2006

Mas não desisto

AMERICANA (retroceder nunca, render-se jamais) - Mas eu não desisto. Porque faço por mim, e não pelos outros. Porque eu preciso me valorizar. Porque eu quero ser melhor. Porque ainda me acho um fedelho que não sabe merda nenhuma disso que chamam de vida. Porque eu falo a verdade sem medo da conseqüência, porque eu assumo que estou errado e dou a cara a tapas mesmo. Porque se eu faço cagada, eu tenho colhões pra arcar com a bucha que vem depois, e arco com dignidade.
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(Um parêntese - ou parênteses?: aqui no jornal, vejo na novela o pai da Marjorie Estiano chorando. É alcoólatra, o personagem do cara. Mas toda vez que bato o olho nessa novela, o cara tá chorando e pedindo desculpa. Que cara mais chato! Meu conselho pra ele? "Meu, vai pra puta que o pariu e se interna, caralho!". Pronto, falei. Fecha o parêntese - ou parênteses?)
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Às vezes minha psicóloga pede calma, pra eu respirar pelo abdômen, essas coisas. Mas entra na minha pele e vem ver como é fácil, vem. Todo mundo vem reclamar comigo. Pra mim, é fácil resolver. Quando aponto, nego fala "ai, não sei"... Se fica nessa indecisão, porque vem falar comigo? Pior: sabem como eu sou, pedem pra ouvir a verdade (normalmente, é um esporro), e quando falo, reclamam. Assim não dá.
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Porque eu queria que as coisas fossem mais simples, que as pessoas fizessem as coisas com mais simplicidade, que parassem de complicar tanto, de gerar tanto conflito, tanta confusão, tanta gente lelé da cuca. Life sucks sometimes, so what? Eu acho o mesmo, então custa fazer disso aqui um lugar melhor?

Ando irritado

SANTA BÁRBARA (Sunday bloody Sunday!...) - Acho que é porque faz tempo que não viajo. Ando irritado. Isso é estresse, caríssimos, estresse. Sabem por quê (perguntou, agora agüenta)? Eu lhes digo porque:
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Porque eu trabalho feito um filho da puta e não tenho reconhecimento. Porque nego só taca trampo nas minhas costas e ainda tenho que ouvir papo de "política da empresa". Porque eu ralo em quatro trampos e um deles quer exclusividade, sem me pagar a mais por isso. Porque eu tenho um currículo razoavelmente bom e ninguém responde os meus e-mails.
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Porque quanto mais eu evito usar o celular, maior vem a conta. Porque eu dei uma ralada no carro do meu pai ontem. Porque eu levei a namorada no hospital pra tratar uma cólica emergencial e vi uma garota de 13 anos chegar morta, atropelada por um filho da puta que vinha bêbado de um puteiro. Pegou ela e mais cinco na calçada.
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Porque o tanque de álcool do meu carro só dura 360 quilômetros. Porque trabalho num lugar bom, mas que não me dá NENHUMA perspectiva de crescimento. Porque eu já tô com quase 25 anos nas costas e AINDA moro com os meus pais. Porque eu falo três línguas além do português (e tô aprendendo a quarta) e meus chefes não falam nem inglês. Porque dá a impressão de que ser honesto não vale a pena.
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Porque eu agüento mãe, cunhada, namorada de TPM, irritadas, parentes estressados, que eu tô sumido, que só penso em namorar. Porque eu só ouço lamentação e ninguém ouve as minhas. Porque eu tenho que servir de cupido. Porque a minha mãe só fala de desgraça. Ah, fulano morreu, "você viu como mataram aquele cara?".
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Porque quando estou sozinho em casa, minha avó fica me vigiando. Porque eu tenho pressa e meu tempo é muito mais rápido que o planeta. Porque homem também sofre de TPM.
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Eu preciso viajar. Urgente.

quinta-feira, setembro 21, 2006

Nem o Google salva

SANTA BÁRBARA (tempinho indeciso, esse) - Falando de tempo indeciso, quem anda bastante indeciso é o eleitor. Para isso, resolvi dar uma busca no Google, o baluarte das buscas internéticas, por um político honesto. Unzinho que seja. Eis que veio a decepção.
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Digite na barra de buscas, do Google, "político honesto". Clique, logo abaixo, em "páginas do Brasil" e, para executar a busca, clique em "estou com sorte".
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E junte-se a mim em sua decepção.

terça-feira, setembro 19, 2006

Atirei o pau no gato-tô

AMERICANA (eu sei o que vocês fizeram no verão passado) - Aconteceu há dois sábados. Eu estava de carro com a minha namorada. O carro do meu pai. Eu dirigia, ouvíamos música a um volume pouco aceitável. Estávamos em um bar momentos antes. Depois de nos deliciarmos com um prato de fileto al gialo e um scalopini al funghi, bebemos algumas doses de Red Label com frutas.
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Nada que deixasse ninguém alterado. Afinal, bebemos devagar.
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Mas aconteceu.
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Era tarde da noite, estava escuro. Ventava muito e a lua estava encoberta pelas nuvens que anunciavam novas tormentas. Dirigíamos em meio a madrugada falando bobagens, do que aprontaríamos ao chegar em casa, das férias de verão. Estava escuro. Numa curva, o instinto enganou o pobre. Eu estava mais à direita. Ele, no meio. E, ao invés de partir para a esquerda, correu em minha direção.
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Não tive como desviar e evitar o impacto.
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Senti o cárter roçando-lhe com força a cabeça, e os pneus passando por cima de seu corpo, fazendo-o rolar. E agora? Corre, vai embora. Estava escuro e não tinha ninguém na rua que testemunhasse aquela cena, que me provocou reviravoltas intestinais durante toda a madrugada. Ela também, acordou vomitando e com dores de cabeça. Que julgo serem dores na consciência. As minhas atacam o intestino.
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Tentamos esquecer daquilo tudo. Era um novo dia, ensolarado, agradável, ao contrário do que anunciavam as escuras nuvens de penumbra. Porém, nossas consciências rodopiavam e nos consumiam em culpa. Durante à noite, eu escutava o barulho das rodas do carro esmagando o pobre coitado, do chacoalhar do veículo ao passar sobre seu corpo, que no retrovisor ainda rolava próximo da sarjeta.
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No dia seguinte, o vi ali. Abandonado ainda, perto de uns galhos secos, encostado na calçada. Com a barriga para cima, duro. Morto. A consciência pesada novamente mandou seus sinais ao intestino. Menos um que vaga pelas ruas à mercê de pessoas maldosas ou que esperam pela bondade e solidariedade alheia, por um pouco de comida ou um afago. Mas não me orgulho disso.
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É. Eu atropelei um gato.

sexta-feira, setembro 15, 2006

Ok, eu confesso

AMERICANA (revelação bombástica, nunca ninguém soube disso) - Quando bem pequeno, eu fui corintiano. Culpa do meu avô, 'seo' Antônio Benedito Miani, chamado pela netaiada (os quatro, só), de 'vô Tony'. Criança tem dessas coisas, e como ele morava longe, eu só o via umas três ou quatro vezes no ano. Por isso, era (e ainda é) o 'avô preferido'. E ele é corintiano doente. Eu sou o segundo neto e ele percebeu que não conseguira cativar meu irmão (coisa que o outro avô, 'seo' Américo, santista xiita, conseguiu), caiu de pau no caçula aqui.
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Então, se me perguntavam, eu respondia, no alto da sabedoria de quem tem cinco anos de idade: "cuíntiano". Só que eu não ligava a mínima pra futebol, didn´t give a shit. Os anos se passaram, e um belo dia um primo do meu pai, Marcos, o único sãopaulino da família inteira (contando os lados materno e paterno), começou a encher os picuás meus e de meu primo Adriano que, embora fosse muito bom de bola, não ligava pra time nenhum. Eu não tinha motivos pra gostar de futebol: era e sou ruim demais com a redonda no pé, e em qualquer outro esporte coletivo.
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Só que Marquinhos fez algo no qual meu avô falhou: me levou para um jogo. Pimba. Era o distante ano de 1992. Eu tinha 10 para 11 anos. Gostei daquele uniforme limpo, com duas tarjas paralelas, uma vermelha, outra preta. Um tal de Raí, e um goleiro que jogava de calças. O símbolo era bem mais fácil de desenhar do que o do Corinthians ou do Palmeiras. Até o do Santos. Aí os caras ganham a Libertadores em cima de um time argentino.
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Em dezembro, fiquei acordado para ver os caras baterem o melhor time do mundo, o Barcelona, que tinha Stoitchkov (nem sei como escreve isso), Laudrup e outras estrelas. Aí matou. Sou sãopaulino desde então. Nada fanático. Consciente. Nem vi o jogo de ontem contra o Boca. Estava fazendo algo melhor. Tanto que meus colegas de trabalho nem tiram mais sarro. Porque se tiram, eu dou risada junto.
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Tempos depois eu tive o prazer de conhecer e entrevistar duas personalidades que estiveram naquele time: o goleiro Zetti (que me inspriou a ser goleiro quando joguei) e o volante Pintado, volante daquele timaço e que neste ano foi técnico do Rio Branco. Tenho até o número de celular dele. Gente finíssima, que quando contei como passei a gostar de futebol, me respondeu: "Então você deve ter uns 25 anos. Todo mundo na sua idade tinha uns 10 quando a gente ganhava tudo. E te digo: o que a gente fazia não era futebol; era muito além disso".
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Grande Marquinhos, grande Pintado.
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Fanático nunca fui, nunca vou ser. E as fotos de criança com a camisa do Corinthians nunca vão ser apagadas, estão guardadas. Até porque hoje eu sei que escolhi sim, o Corinthians. Para detestar.
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Desculpe, vô, mas estas coisas são mais fortes que a gente.

quarta-feira, setembro 13, 2006

Retroceder nunca; render-se, jamais

Tá feia a coisa, senhores.

terça-feira, setembro 12, 2006

Ó-D-I-O

AMERICANA (hi honey, how was your day?) - Ódio. Sabe quando você tem duas matérias importantíssimas pra escrever, mas não consegue falar com as suas fontes? Preciso falar com o presidente do clube, e na casa dele ninguém atende; na empresa dele ele não esteve o dia todo; o celular dá caixa postal. No clube o infeliz não está, nem na zona, porque até lá eu procurei. O assessor não atende o celular (então, porque tem essa bosta?), diretoria não tem informação, o advogado não pode atender.
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Ódio. Com um Ó bem grande pra você.

segunda-feira, setembro 11, 2006

Boooooua!!!

da série Frases que Circulam na Internet

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Lula comparou a oposição a Hitler: "Querem criar um povo melhor". A comparação é ousada, se o presidente me permite. Tenho certeza, isto sim, que inúmeros privilegiados nativos, e aspirantes ao privilégio, querem é a democracia sem povo.
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Do blog do mestre Mino Carta

Adriano, o largo.

AMERICANA (pedala, Robinho!) - Sábado. Eu e meu primo resolvemos fazer uma boa trilha de mountain bike. Enfim, treinar o condicionamento, cansar as pernas, falar mal dos outros e desestressar. Afinal, ambos encaramos uma semana pesada com as namoradas (noiva, no caso dele) com TPMs que nos fizeram merecer férias. Ou um busto de bronze no portal de entrada da cidade.
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Roteiro programado. Só por estradas de terra, aqueles bairros cheios de chácaras. Iríamos (e fomos) de Americana a Limeira, num roteiro que, de ida e volta, dá uns 40 quilômetros. Sim, "só" 40 quilômetros. De carro é fácil, né? Quero ver ir pedalando. Na terra. Com subidas e descidas.
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Legal. Eis que, depois de uma descida trepidante (meus braços ficaram trêmulos no sábado à noite. Eu mal segurava um copo), no começo da subida só ouço o barulhinho pssssssssssssssssssss... Furou o pneu traseiro da bike do meu primo. Estávamos equipados. Paramos, viramos a magrela, tiramos a roda, trocamos a câmara, enchemos o pneu e seguimos na trilha.
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E desce, e sobe, e desce, e sobe. Curva pra cá, curva pra lá. O negócio cansa. De repente, psssssssssssssssss de novo. Na bike do meu primo.
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- Porra, como é que você consegue?
- O que?
- Caralho, eu nunca furei um pneu de bike na vida!
- Acontece.
- Puta merda, mas com você acontece demais!
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Além do mountain bike, ele pedala em estrada. E sempre me conta que "parou pra trocar o pneu, que furou", o que me deu ainda mais argumentos para classificá-lo de Rubinho Barrichello das bicicletas. Claro que o outro é mais azarado. Mas, num Fórmula 1, até eu queria ser.
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Aí achamos o furo na câmara. Ele não montou direito o pneu e o aro "mordeu" a câmara. Remendamos e começo a encher, com a bomba. "Deixa eu agora", pediu ele. Então tá. Na primeira "bombada" (de ar!), clack!
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Quebrou a bomba.
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-Aêêêêêê cabaço!
- Caralho, acho que quebrou a bomba.
- Você ACHA??
- Pô, tem que pedir uma bomba numa chácara aí.
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O tonto aqui vai na primeira chácara. Depois de quase ser atacado por um boxer que tinha o tamanho de um tiranossauro rex, a simpática tiazinha que me atendeu disse que não tinha, mas talvez houvesse uma na chácara do vizinho. "Aqui do lado", disse ela. O senso de distância dela é tão bom que o vizinho dela estava a três quilômetros daquela chácara.
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Cheguei lá e também não tinha. A sorte era que tínhamos passado em frente à chácara dos parentes da noiva do meu primo, isso uns cinco ou seis quilômetros pra trás de onde estávamos. Ele voltou andando e fui pedalando. Por sorte, tinha gente na chácara. Um tio dela pegou o carro e foi buscar o infeliz do meu primo. E, por sorte, de novo, no vizinho (que era do lado mesmo) tinha um compressor. Já estávamos em Limeira.
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Aí voltamos.
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O legal dessa crônica é que o azar não caiu em cima de mim. Foi do lado. Mas dizem que o raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Então, vai saber...
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- Agora não pode furar mais. Senão, fodeu.
- Se furar de novo, eu juro que te enforco com a câmara e encho o seu rabo com a cola de remendar!
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Ele tá vivo hoje.

quarta-feira, setembro 06, 2006

Direto do Saara

AMERICANA (um alívio refrescante) - Climinha esquisito, o dessas bandas. Durante a tarde faz um calor de fritar ovo na calçada (a expressão já enjoou, prometo que vou inventar uma nova); cedo e de noite faz um frio de congelar água na sarjeta. Muito frio. Até doem os dedos quando digito. Parece clima de deserto, onde faz um calor daqueles durante o dia e um frio abaixo de zero à noite.
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Hoje começa a contagem regressiva para eu sair dos 24 anos. Faltam dois meses. Não foi algo que me incomodou. Nunca neguei minha idade. Nunca disse "23 anos e 22 meses". Tudo bem que me sacanearam no meu aniversário, com decorações à la "Priscila, a Rainha do Deserto". Tudo bem. Eu zuei todo mundo que fez 24 também. Não tem importância. Coisinha besta.
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Enfim, daqui dois meses, não vai ter bolo. Vai ter mousse de chocolate e gelatina de morango com creme.
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Com as velinhas 2 e 5 em cima.

terça-feira, setembro 05, 2006

Publicidade saudosista

da série Comerciais que Amamos

Eu não vejo a hora
de te cortar
Te ver mais uma vez
saborear
Meia muzzarella, meia aliche ou calabreza
Romana, quatro queijos,
margherita e portuguesa
Como é bom te ver
Você chegou na hora H
Adoro pizza com guaraná
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Fonte: K-boing.

segunda-feira, setembro 04, 2006

Semana curta, né...

SANTA BÁRBARA (where love is just a lyric in a child´s ryme) - Esqueci de devolver os DVDs na locadora. Claro que vou pagar multa. Meu chefe tá estressado, voltou com a macaca depois de dois dias fora, em um congresso. Meu editor voltou das férias, ou seja, meu sossego acabou. Minha namorada está na fase 'despirocada descontrol' da TPM. Minha mãe está sem empregada em casa e xinga por qualquer coisa. Meus pés estão cheios de bolhas do futebol de domingo.
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Minha síndrome do intestino irritável voltou com tudo. Perdi uma assessoria. Meu parceiro no tênis está contundido. 'Ganhei' mais uma editoria pra escrever no jornal. Minha mãe quer que eu toque violão na festa de bodas de ouro dos meus avós. Eu falei que não ia, que odeio tocar em público (nem minha namorada viu ainda), que só ia fazer as fotos. E como ela tá sem empregada, estressou.
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Eu trabalho no feriado.
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A semana vai ser curta, né?
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SÓ SE FOR PRA VOCÊ, MANÉ!
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Boa semana.

sábado, setembro 02, 2006

Auto-ajuda barata

AMERICANA (e praquele que provar que tô mentindo, eu tiro o meu chapéu) - Duvide de crianças lindas que se tornaram adolescentes lindos e adultos lindos. Eles são - ou serão - uns crápulas. Desconfie de quem não sofria de estrabismo, de quem não era excessivamente magro, ou excessivamente gordo, ou não usava óculos enormes. De quem não era zuado na escola pelos coleguinhas, que não chamava atenção do sexo oposto, de quem era popular. Desconfie piamente.
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Quem não teve uma infância ou uma adolescência sem percalços, quem já nasceu belo e com tudo pronto, não vai buscar o algo mais. Não tem obstáculos a superar. Os problemas nos fazem fortes. E a vitória tem um sabor ainda melhor. Deus nos provém essas maravilhas.
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Acho que até os quatro anos eu era bonitinho. As fotos provam. Mas depois disso, virei um garotinho magro, cabeçudo, com um cabelo cortado 'tigelinha', tímido ao extremo e com uma fala muito, mas muito rápida. E, assim como nos filmes americanos de adolescentes, eu era o contrário dos 'populares': ruim em todos os esportes, não tinha conversa com as garotas e era amigo dos também esquisitos, como eu. Meu melhor amigo, Luciano, é dessa época.
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Ele era gordo e eu, magro. Bem gordo e bem magro. Imagine a dupla.
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O tempo passou, a gente agüentava a zuação dos outros. Cada um foi pra uma escola, mas continuamos muito amigos até hoje. A gente vivia pra arrumar argumentos contra as brincadeiras de mau gosto alheias. Éramos - e somos - ruins de bola. Nos mantinha vivos a vontade de superar tudo aquilo, de mostrar pros imbecis que sempre foram bonitos, bons no esporte, fortes e com "moral" entre as meninas, de que o tempo ia dizer o que viria. E disse. Crescemos, estudamos, eu ganhei peso e estou contente; meu amigo emagreceu 'na raça' e é um gajo belo e forte. Ambos estamos de bem com a vida. Ainda não é o que sonhamos, mas temos como se locomover, temos nossas namoradas e nossos empregos.
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A não ser os que aprenderam alguma coisa no caminho, que se tocaram, o restante assistiu a uma virada do destino. Tinha um cara na escola que eu odiava. Ele me zuava impiedosamente. Eu me sentia ridículo, o pior dos seres. Ele era bem maior que eu, bom no futebol, bom no basquete, uma anta nas notas (eu até que era bom, mas quem se importava com isso?), as meninas o rodeavam. Eu não. Tinha amigos de apelidos esquisitos - o meu também era um - falávamos de figurinhas, chicletes, carros e alguma coisa de futebol.
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Fiz faculdade, fiz cursos de línguas, viajei, conheci gente interessante, aprendi muito com a vida. Sofri, chorei, me amargurei, mas só tive lições boas da vida. Hoje, como na música "Ouro de Tolo", eu posso dizer tranqüilamente que "eu tenho um emprego, sou um dito cidadão respeitável" e ganho poucos mil cruzeiros por mês. Eu agradeço ao Senhor por ter finalmente tido sucesso na vida como jornalista eu estou feliz porque conseguir comprar um Golzinho 2003... Só parafraseando.
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E quem me zuava, que era o bonzão, o bonitão, o fortão, o tal? Não fez faculdade, repetiu de ano seguidas vezes, engravidou uma guria de quem ele não gosta, vive de relacionamentos sem conteúdo, com as "quaisquer", e faz bicos por aí. Não valoriza a si mesmo, que é o preceito número um para a felicidade.
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Daquela época, eu mantenho o apelido, os amigos, a fala acelerada, as ótimas lembranças e o par de óculos. E continuo em busca de algo a mais na minha vida. Não sou mais um esquisito. Sou é um doido, isso sim. E se fosse também, qual é o problema? Ter felicidade com o que se tem e o que se é. Eis a chave do sucesso.

Ufa

E finda-se agosto. Grazie Dio.