Eu escrevo e te conto o que eu vi

Um blog sobre tudo e sobre nada.

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Local: São Paulo, SP, Brazil

Um gajo deveras apaixonado pelo que faz. Jornalista, magro, pobre e feio. Tio da Carolina e da Gabriela, marido da Viviane. Repórter de esportes e motor, sãopaulino consciente, assessor de imprensa, fanático por automobilismo e esportes de aventura, e também freelancer, porque ninguém é de ferro.

quinta-feira, maio 31, 2007

Adeus você

SÃO PAULO (alô criançada, o Bozo chegou) - Você não ferve mais como antigamente, não me esquenta em noites frias, não afaga meus cabelos com calor.
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Claro que você ainda me deixa molhado, mas não é como antes. O que era prazer verteu-se em raiva. Eu te pego, te apalpo, acaricio, te tento, e você nada de esquentar! O que diabos está acontecendo? E é só eu me distrair um pouco e você encosta sua mão gelada em minhas costas.
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Tenho vontade de socar-te. Enforcar-te.
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Porque tanto te afastas? Precisas ficar assim tão perto da parede?
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Estou a estranhar-te, Corona.
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Não existem mais manhãs preguiçosas com você! Praticamente me expulsas para o trabalho ou qualquer outro afazer! És hostil com o meu barbear. Estás a me sacanear, isto sim!
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Não quero mais saber de ti! Trocar-te-ei por outra!
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Mais jovem, mais molhada, que me proporciona reais momentos de sabor, ventura, quentura... Alguém que me acaricie sem dedos de gelo ou de fogo. Que saiba a medida certa do calor que necessito. Que me completa. Que faça o serviço completo.
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Deixe-me em paz que vou ao mercado!
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Aqui está ela. Saia daqui, agora. Arrancar-te-ei à força! Não tens mais lugar neste apartamento, Corona. Por favor, saia desta casa. Já achei quem tomará teu lugar. Ela tem nome e sobrenome.
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Atende por Ducha Lorenzetti.

quarta-feira, maio 30, 2007

Anti-jornalismo

"Nivea Stelmann ainda não marcou a data do casamento"
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Oh! As ações da Bolsa vão despencar! O dólar vai subir!
(clique no título deste post e confira a este primor de "reportagem")

terça-feira, maio 29, 2007

Pão é pão, pô!


SÃO PAULO (sacripantas!) - Agora todo mundo toma cuidado em não poluir, em não sujar, em não falar palavrão, em não discriminar, em não ser machista, em não comer gordura, não comer açúcar, não tomar refrigerante, não comer carne, não tomar banhos quentes, não arrotar, não comer o miolo do pão, em usar margarina sem sal, em separar o lixo reciclável do orgânico, em evitar a gordura trans, em não ficar sem fazer exercício, em cuidar do "meio-ambiente", em dar bom dia ao próximo, e et ceteras.
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Essa onda de preocupação me irrita. É uma cretinice sem tamanho. O "ecologicamente" correto. O "politicamente" correto. Ondas que assolam este país de m. Da janela do 13º andar de onde, debruçado sobre a ignorância nacional posso ver Al Gore assustando criancinhas com seu documentário, documentos e tapinha nas costas de senadores que ligaram, mas negaram, externo toda minha indignação contra o pão integral.
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Isso mesmo. O pão integral.
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Não tem gordura, veja só. Mas não tem gosto. Mas não sustenta. Mas me estraga o estômago. Mas tem cheiro de armazém quando esquentado. Que tem aquele monte de semente que hoje cedo quase me quebrou uma obturação.
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Pão integral não mais integra meu cardápio.

sexta-feira, maio 25, 2007

Curitiba, aí vamos nós

SÃO PAULO (arrumando as malas) - Este pobre, magro, ansioso e mequetrefe escriba e sua noiva Viviane, a Doce, embarcam amanhã cedinho para Curitiba, onde tudo começou. Pra casa do Bruno e da Josi, onde tudo começou. Pro bar mexicano Taco el Pancho, onde tudo começou.
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Vai ser a primeira vez que Viviane, a Doce, vai subir num avião. Tô doido pra ver a cara dela.
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Ano passado, tinha que ir à Curitiba cobrir uma corrida de Fórmula 3. E como tinha plantão pela manhã de sábado no jornal, optei por ir de carro no início da tarde. Estava sem companhia. Havia xavecado Viviane durante as duas semanas anteriores, mas com o toco sensacional que levei, tinha desistido da idéia e deixado meu amigo Luciano em stand by para me acompanhar na empreitada rodoviária.
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Não precisou, grazie Dio. No meio do plantão, liga ela me chamando pra sair. Eu pensava na hora: "não, hoje não, cacete, hoje eu não posso! porque hoje, porquê, porquêêêê?!?!?!". Pensei melhor e chamei. "Vou sozinho e vou ficar na casa de um casal de amigos. Volto no domingo à noite. Preciso de companhia. Não quer ir junto? Vai ser legal".
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A doida aceitou!
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E fomos. No rádio - por opção dela, não minha - ouvíamos Brasil x França pelas quartas-de-final da Copa do Mundo. No meio do caminho, por culpa da ansiedade, paramos num Posto Graal na Régis Bittencourt. Dor de barriga me ataca sempre nesses momentos.
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Mas consegui roubar-lhe um beijo.
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Ao chegar em Curitiba, Josi, mais que curiosa, chega perguntando "quanto tempo faz que vocês estão juntos?". Embarassing. Expliquei a história e ela exclamou para Viviane: "Você é louca de vir com esse cara!", como se eu fosse o Maníaco do Parque.
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O resto da história todo mundo conhece. Aquele 1º de julho foi sensacional. Faz pouco menos de um ano. E daqui a pouco mais de um ano, ela vai entrar de branco com aquela musiquinha famosa. E este pobre, magro, apaixonado, babão e mequetrefe escriba vai ter as pernas trêmulas, igualzinho naquele primeiro beijo.

quinta-feira, maio 24, 2007

Topicozinhos (II)

- Meu apartamento é tão gelado, mas tão gelado, que essa noite eu só não dormi na geladeira porque não tem fechadura do lado de dentro.
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- São dois quartos. Um grande e outro pequeno. E duas garagens. Uma coberta e outra descoberta.
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- Fiquei com o quarto maior e a garagem descoberta. Tomo chuva pra pegar o carro e às vezes tenho que estacionar longe. E o outro ainda reclama do quarto.
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- A cozinha, ao menos, é enorme. É onde eu passo a maior parte do tempo quando estou em casa.
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- KLB regravou clássicos do rock... Em português! É, bicho. A casa caiu mesmo.
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- Kaká, o bom moço, é a versão futebolística da Sandy. Chega a dar asco.
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- Ninguém conseguiu montar o guarda-roupas de Cleber. Sobravam peças.
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- Ninguém conseguiu montar minha mesa de escritório na sala. Faltavam peças.
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- Logo, tudo se encaixou.

terça-feira, maio 22, 2007

A Síndica

SÃO PAULO (moving day!) - Sexta-feira, o grande dia. Dia da mudança. Na véspera, no entanto, veio o aviso: "proibidas as mudanças dentro de 15 dias, já que o elevador de serviço está em manutenção". Fui na administração:
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- Sinto muito, minha senhora, mas eu VOU fazer a mudança. Estou trazendo coisas do Interior e deu o que fazer para eu conseguir folga na sexta.
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Foi o suficiente.
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Caminhão carregado, chega no prédio e começa a descarregar. Minha primeira subida no elevador, com um pedaço da cama e a arara de pendurar roupas. O elevador pára no 12º andar, um antes do meu. A porta se abre, do outro lado, na penumbra, uma senhora atarracada de cabelos negros e sotaque espanhol.
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- Você está fazendo mudança no MEU elevador?
- Cuma?
- Não pode fazer mudança por esses dias, a administração não te avisou?
- Ah, mas avisou ontem à tarde e não tinha como adiar. Aliás, quem é a senhora?
- Sou a síndica.
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Dona Marta, chilena, mora no prédio há 30 anos e é síndica do bloco onde moro há três anos. É a típica síndica. Chata, implica com qualquer coisa, como todo síndico que se preze. "Hay que endurecer, senão vira zona". Logo, percebi que não seria bom para minha saúde bater de frente com ela. Então, apelei para a política da boa vizinhança, e usei um tom de voz mais que amistoso:
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- Então, dona Marta, é que estou trazendo coisas do Interior. Não é muito, e além disso foi muito difícil para eu tirar folga hoje. Estou subindo com pouca coisa que é para não riscar os espelhos. A senhora pode ficar tranquila, tá?
- Tá bom. Mas sobe com pouca coisa, viu? Yo estoy de ojo.
- Pode deixar, dona Marta. A senhora está certíssima.
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Mudança feita. Nos outros dias, sempre encontrava Dona Marta. Seja no elevador, seja no térreo. Sempre gentil, perguntava como ia a família, perguntava coisas sobre o prédio e ouvia com muita atenção. No sábado, descia eu, dois outros moradores e ela, quando o elevador pára no oitavo andar e um rapaz com um carrinho de mudança esperava.
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Depois ela me contou. Descobriu de quem era a mudança e meteu multa.
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- A senhora está corretíssima!
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Eu que não quero ser inimigo dessa mulher.
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Pinochet deixa discípulos.

quinta-feira, maio 17, 2007

Post nojento

SÃO PAULO ('poodle' of mud) - Claro que a última noite no sobrado de Moema teria um gran finale. Claro que não seria nada agradável a este pobre, magro, enjoado e mequetrefe escriba que vos discursa.
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Whisky, o Rude, dormiu no meu quarto na ausência de seu dono Ricardo, o Roomate. Normalmente, ele é tranquilo. Ao fechar a porta do quarto e apagar a luz, ele vai pra baixo da cama e sossega. O poodle, não o Ricardo.
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Mas eu cheguei tarde, e não fiz o ritual de brincar de bolinha com ele, até que ele fizesse seu corriqueiro xixi no quintal. Estava cansado, com sono e umas Brahmas na cabeça. "Vamo, sobe, poodle". Minha história com poodles não me permite gostar muito desta raça canina.
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No que acordo, às 6h15, para sair rápido e resolver coisas relativas à mudança, me deparo, na porta, com não um, mas TRÊS belos espécimes que um intestino pode produzir. E claro, com o que a bexiga também despeja. Por pouco não pisei em cima.
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Mas enfim, foi a última noite. Nem emputeci tanto.
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No more poodles.
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Bye, poodle.

quarta-feira, maio 16, 2007

Na cozinha com o Creco (2)

SÃO PAULO (dançando a Tarantella e salvando o molho de tomate) - Trouxe de Americana uma tupeware (tapoer, para os mais íntimos) cheia do macarrão que minha mãe havia feito no domingão. Popuaria o trabalho de cozinhar outra panelada - até porque o gás em casa está acabando, e como estou de mudança, não trocarei o pequeno botijão.
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Pois bem. Fui fazer ao menos o molho, pra dar aquela melecada. E gosto do processo de fazer o molho. Bati dois tomates no liquidificador com um pouco de água. Fritei uma pastinha que fiz de cebola e alho no azeite para depois colocar o molho em cima. Tutto posto.
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No que abro a geladeira para pegar a lata de extrato de tomate, crente que o elefantinho verde estaria lá. Ácido engano. Ricardo, o roomate que já vazou para Gotham City, o havia usado com manteiga para providenciar um molho - ato heróico que não me arrisquei a experimentar o resultado. E não me perguntem como ele fez.
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A latinha não estava na geladeira. E não havia outra na dispensa. "Fodeu", pensei com meus indignados botões. O molho ia ficar ralo e raro, porque só bati dois tomates. Resolvi bater mais dois. Só que pus muita água. Ficou aquele sopão. Argh!
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Ódio. E a idéia.
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Num copo com água, misturei farinha Dona Benta e chacoalhei bem forte com um garfo, para misturar mesmo. Feito o creme, plaft!, joguei na panela. Deu certo. O caldo havia engrossado substancialmente.
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Mas ficou aquela coisa rosa, horrenda. E sem gosto algum (ao menos não tinha gosto de farinha). "Merda", pensei novamente, "dessa vez não vai dar pra salvar essa porcaria".
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Mas brasileiro que sou, não desisti. Assisti ao filme Retroceder Nunca, Render-se Jamais e peguei o tubo de catchup, que estava em seu quarto final, coloquei um pouco de água, misturei e joguei na panela. Mas o aspecto continuava esbranquiçado. Apelei para um pouco de molho de pimenta. E, enquanto eu bebericava de uma taça de vinho tinto seco - argentino -, eureka! Joguei um pouco de vinho no molho. E sua cor se restabeleceu.
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Faltava adicionar gosto à coisa. Um pouco de sal, um pouco de pimenta-do-reino, um pouco de tempero pronto da Arisco. E nada. Um pouco mais de molho de pimenta. E... Orégano! Sim! E manjeiricão!
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Pronto. Molho salvo. Macarrão delicioso.
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Creco, o McGiver da cozinha.

terça-feira, maio 15, 2007

Os alter-egos

SÃO PAULO (após um breve inverno) - A partir de segunda-feira este blog terá mais piadas prontas. Fim de semana, ao que tudo indica, terá mudança. Sim! Apartamento encontrado. Duas vagas na garagem, quadra de futsal, vôlei, TÊNIS e um CAMPO de futebol! Fora a academia no prédio. Achei-me.
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Mas o motivo das piadas certamente será a convivência com o novo "roomate". Pois, como narra o redator de chamadas dos filmes da Sessão da Tarde, essa duplinha vai aprontar as maiores confusões. Quer uma amostra pequena? Então vai.
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Eu sou jornalista. Ele também. Eu sou alto e magro. Ele também. Moro e trabalho em São Paulo. Ele também. Morei em Americana. Ele também. Trabalhei no Jornal de Nova Odessa. Ele também. Tenho uma ex-namorada chamada Fernanda. Ele também. Tenho um VW Polo. Ele também.
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Falo inglês. Ele também. Sou noivo de uma moça que tem sardas. Ele namora uma moça que tem sardas (mas não a minha, claro). Fui processado por uma matéria policial. Ele também. E pela mesma matéria. Já atendi uma intimação que era endereçada a ele. E o contrário também aconteceu.
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Falo rápido. Ele também. Uso óculos. Ele também.
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Sabem o nome dele?
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E vejam se isso não vai dar em confusão.

terça-feira, maio 08, 2007

O polvo amestrado

SÃO PAULO (cada coisa que aparece) - Encontraram um polvo, na Nova Zelândia - só podia ser lá mesmo - que tem uma capacidade incrível de aprendizado. Clicando no título deste post você será levado à página do G1 que contém a reportagem.
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Octi, o polvo, vive em um aquário há dois meses. E ele abre garrafas! Fácil. Ele agarra a bichinha (a garrafa), sente que tem tampa e tenta tirar pra ir atrás de alguma guloseima. Coca-Cola Zero, talvez.
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Agora eu digo: e daí?
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Aqui a gente tem lula que abre garrafa, bebe, arrota e ainda despacha do Planalto...
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Grande coisa.

segunda-feira, maio 07, 2007

Meu nome era Enéas

SÃO PAULO (luto oficial?) - O Brasil perdeu um de seus grandes personagens. Enéas Carneiro, 56, digo, 68 anos, faleceu no último domingo, no Rio de Janeiro. Lutava contra a leucemia. Manteve o enorme par de óculos, mas não mais a barba. O deputado - cuja grande contribuição foi para o humor - deixa como herança um belo e empoeirado repertório de adjetivos a este país de m...
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"Miasmas pútridos emanam no Congresso em Brasília, contaminando o ar da metrópole. Mas o meu nome não exala odor mefítico, porque não chafurda no pântano da ignonímia".
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Sejá lá o que for isso, amém.

quinta-feira, maio 03, 2007

(des)Classificados

SÃO PAULO (sob pressão) - Rapaz magro, alto, bonito e sensual procura apartamento para locação nas imediações dos bairros Campo Belo e Brooklin e que custe no máximo R$ 650 o aluguel mensal. Tratar com este que vos fala.
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Porque tá foda.

quarta-feira, maio 02, 2007

Outro grito no vácuo

SÃO PAULO (não perca tempo com isso) - Você estuda, se dedica, abdica, tira notas, se forma, paga pelo diploma. Aí você ganha pouco, mas se contenta por ganhar experiência. Aí você parte pra coisa melhor, ganha relativamente - mas muito relativamente - bem, mas não vê chance de crescimento.
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Você continua fazendo cursos, se especializando, lendo, absorvendo, aprendendo línguas. Tudo pelo currículo, por uma colocação profissional digna de um salário que possibilite viver com conforto - e não apenas sobreviver.
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Aí você muda de ares, realiza o sonho de sair da mesmice, mas sabe que está dando um passo atrás para dar três à frente. Você rala, tem reconhecimento verbal, mas a coisa patina, patina, patina. Não sai do lugar.
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E patina.
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Aí você se pega pensando: "Eu não fiz faculdade e esse monte de curso pra ganhar o que ganho".
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É bom que estejam me reservando um futuro muito bom.
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Porque o presente não me agrada em nada.

Frase do Dia

“Juiz é que nem pum: por mais que você prenda, acaba soltando”
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Edgar Rocha, no site "No Mínimo", de Tutty Vasques.