Eu escrevo e te conto o que eu vi

Um blog sobre tudo e sobre nada.

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Local: São Paulo, SP, Brazil

Um gajo deveras apaixonado pelo que faz. Jornalista, magro, pobre e feio. Tio da Carolina e da Gabriela, marido da Viviane. Repórter de esportes e motor, sãopaulino consciente, assessor de imprensa, fanático por automobilismo e esportes de aventura, e também freelancer, porque ninguém é de ferro.

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

100 dias

SÃO PAULO (e não é pras Olimpíadas) - Daqui a cem dias você acrescentará um novo sobrenome aos seus documentos, novos objetos à mobília, novas receitas no seu caderno, cortinas nas janelas, lençóis novos, travesseiros e fronhas novas, toalhas novas, escovas de dente novas.
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É o começo da felicidade, de uma parceria inabalável. As nossas caminhadas, as nossas leituras, nossas risadas, nossas brincadeiras, nossos sonos e sonhos. Te levar cambaleante de sono pra cama. A sua cara de perdida quando acorda, os cafés que te faço, os peixes assados e as garrafas de lambrusco.
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Você me auxiliando na cozinha, picando os ingredientes, fazendo a salada. Você lavando e eu enxugando. A sua demora em se arrumar, os conselhos sobre os sapatos e a gravata. Quando a gente descamba de aumentar o volume do som do carro e cantar junto. Nossas viagens juntos. Te ajudar nas lições de inglês.
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Eu te acalmando no avião. Eu te acalmando na TPM. Eu te levando água na cama de madrugada. Você amansando a minha ansiedade, a minha fúria, o meu tesão, os meus medos. A gente de mão dada na igreja todo domingo. A gente na loja de móveis, comprando geladeira, fogão, microondas, vendo decoração, doces, bolo, convites. As visitas aos seus pais.
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Mais do que tudo, somos parceiros. Marido e mulher se separam, amigos brigam, se magoam, irmãos se odeiam. Mas parceiros não. Parceiros se acalmam, se ajudam, se aconselham, se amam. Parceiros não se separam nunca.
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A gente é parceiro, baby.

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Reunião com Pinochet

SÃO PAULO (hay que endurecer!) - Reunião de condomínio ontem à noite. Fui por curiosidade, mas já prevendo tamanho saco que seria. Dona Marta, a síndica, conduzia o encontro. Aí um reclama daqui, outra discorda dali, todo mundo começa a falar junto. Finjo que atendo o celular e sumo dali.
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Minha participação não durou cinco minutos.
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Hoje Dona Marta, com seu peculiar sotaque chileno, mostra-me que de tonta não tem nada.
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- Fugiste, né mocinho?
- Dona Marta, não me leve a mal, mas reunião de condomínio é a melhor maneira de não se resolver nada.
- Tienes razón. És un pié no saco mesmo.
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Grande Dona Marta.

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Mundo, vá cagar!

SÃO PAULO (I shot the sheriff) - Tem horas que dá vontade de mandar tudo pro alto. É muito, muito difícil. O tempo é o pior inimigo. Não sou o motor de nada. Minhas mãos estão vazias e sem a força necessária para fazer a roda girar, trazer os acontecimentos. É sentar e esperar. Esperar acontecer, enquanto meu estômago se corrói, sem nada para me entorpecer, para me fazer esquecer por um mínimo de tempo do que me cerca, do que eu espero.
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Só quero o bem, mas o mundo não colabora.
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Dá vontade de mandar o mundo à puta que o pariu.

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Só???

SÃO PAULO (vou fingir de morto) - Fim de semana. Estava eu vendo um filme, quando toca o telefone. Era da SulAmérica Seguros:
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- Senhor Cleber Bernuci?
- Sim, sou eu.
- Acabamos de aprovar em seu nome um crédito no valor de R$ 210 mil para seguro de vida.
(breve silêncio)
- R$ 210 mil?
- Sim, senhor.
- Peraí, deixa eu ver se entendo. Você acha que minha vida vale só R$ 210 mil? VOCÊ ACHA QUE EU VALHO SÓ 210 MIL REAIS? Onde você está com a cabeça?
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Uma breve discussão e um "não, obrigado", seguido de um "mas está aprovado, senhor...", interrompido por um "NÃO ESTOU INTERESSADO. BOA TARDE", com uma bela desligada de telefone na cara.
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Será que eles sabem sobre a vida arriscada que eu levo?

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Juram que é verdade

SÃO PAULO (roda roda vira, solta a roda vem...) - Essa foi pescada na coluna do genial Moacir Japiassu, no Comunique-se.
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Chegou por e-mail a história segundo a qual o conjunto U2 apresentava-se em Lisboa com casa lotada e, depois de tocar várias, digamos, canções, o líder Bono pede silêncio à platéia. Quando o silêncio se faz, ele começa a bater palmas de uma maneira ritmada. Sem parar de bater palmas, chega ao microfone e diz à platéia silenciosa:
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“Eu quero que agora vocês pensem numa coisa muito importante; a cada batida de minhas mãos uma criança morre na África!”
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Nisso alevanta-se uma voz do meio da platéia, com aquele sotaque característico, quase a gritar:
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“Então pára de bater, ò filho da puta!!!”

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Vai, Takuma!

Chuveiro, chuveiro...

SÃO PAULO (não faz assim comigo...) - Só pode ter sido praga da mulher que me pediu pra guardar lugar no caixa. Menos de um ano após a aquisição, o chuveiro do famoso apartamento aqui do trêzimo andar pifou. Queimou. Não esquenta mais. Maldito.
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E não adianta falar "ah, mas tá calor". O cacete! Entra debaixo do jato gelado aqui pra ver o que é calor... Isso me fez lembrar de uma música que embalou a minha infância (clicando no título deste post vocês irão ouvir).
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Abaixo, com vocês, o palhaço Bozo.
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(atenção criançada
Todo mundo em direção ao chuveiro
Para tomar um banho e ficar bem limpinho
Lavando bem o corpinho por fora e por dentro
Vamos lá criançada)
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Era um menino que não gostava
Pra tomar banho sempre chorava
Brincava muito o tempo inteiro
E no banheiro ele cantava
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Chuveiro, chuveiro
Não faça assim comigo
Chuveiro, chuveiro
Não molhe o seu amigo
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Lavando por fora e por dentro também
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O sabão lava o meu rostinho
Lava os meus pezinhos
Lava as minhas mãos
Mas jesus, pra me deixar limpinho
Quer lavar meu coração
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Quanto mal faz uma manchinha
Eu sei muito bem, quem pode me limpar
É jesus, se eu não estou com nada
Tudo ele pode apagar
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Vamos lá criançada
Lavando o corpinho por fora também
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E lave atrás das orelhas
E lave bem esse pé
Lave também a poupança
Bobinho você não é
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(NE: Tem coisas que a gente só presta atenção depois que cresce. "Lavar por dentro"??)

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Sacanagem no caixa

SÃO PAULO (não é nada disso que vocês estão pensando) - Ontem à noite, no supermercado. Lá, há um caixa que recebe contas. E lá fui eu pagar o condomínio. Fila grande e que demorava a andar. Uma mulher, na minha frente, vira-se pra mim e pergunta:
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- Guarda o meu lugar, por favor?
- Guardo sim, dona.
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E a folgada foi pro outro caixa passar a compra dela. Só que aí a fila começou a andar. Pensei comigo "só faltava essa vadia entrar na minha frente bem na minha vez". A compra dela era grande, e eu observava que a coisa era demorada. Não obstante, ela saiu pra fazer uma fezinha na lotérica que tem dentro do mercado.
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Então, só tinha mais duas pessoas à minha frente. Logo seria minha vez.
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Eis que ela começa a me procurar com o olhar pra checar se eu ainda estava na fila. Com 1,92 metro, sou meio fácil de se notar. O que eu fiz?
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Me agachei.
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Esperei as outras duas pessoas pagarem a conta. Chegou a minha vez, me levantei. Paguei e fui embora.
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E acredite, dormi muito bem.

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Música, maestro!

Why God, why me?!?!

SÃO PAULO (Lady Murphy!) - Só acontece comigo. Você está no caixa do supermercado lotado, esperando pra passar uma mísera caixa de nuggets. Chega a sua vez. E aí acaba o papel da maquininha que registra a compra. Aí tem que esperar mais.
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Por isso que odeio mercados.

Preso no elevador

SÃO PAULO (reunião já já) - Essa é antiga, já faz uns meses que aconteceu. Mas merece o registro. Certo dia, eu e Budão estávamos aqui no apê vendo um filme do Jackie Chan. Fazia muito calor. Até o ventilador estava ligado, coisa que acontece raramente aqui no trêzimo andar. Budão mora no bloco da frente, também no trêzimo andar.
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Eis que começa a chover.
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O apartamento de Budão é todo carpetado.
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- Cacete! A janela tá aberta! Vou pra lá!
- Corre, animal.
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Minutos depois, cai a energia. Blackout total no Residencial Interlagos. Ligo pra saber se o apartamento estava inundado:
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- E ae, chinês?
- Não sei.
- Como não sabe?
- Tô preso no elevador!
- Puta merda! No seu bloco ou no meu?
- No seu ainda!
- Cacete! Em que andar você está?
- Não sei! Tá tudo apagado!
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Ele estava no sétimo andar. O porteiro foi lá soltá-lo. Enquanto o apartamento dele enchia-se de água por todas as janelas abertas, ele teve de descer mais sete andares de escada, atravessar a rua do condomínio sob a água que Deus mandava de balde e subir mais 13 andares até chegar no apê dele.
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- É bicho, molhou tudo mesmo.
- Se fodeu. Agora tenta ligar o ventilador e o aquecedor aí pra secar o carpete. E torça pra que não fique fedendo a cachorro molhado depois.
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Mas, sem energia, como ligar ventilador e aquecedor?
Naquela noite, a luz só foi voltar às 4h30 da madrugada.

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

CarnaCama!

SÃO PAULO (eu estou no meio da rua, você está no meio de tudo) - É do saber coletivo que odeio carnaval. Lembro-me dos tempos do jornal O Liberal, em que eu pedia para ser escalado aos plantões carnavalescos. Ia cobrir treino do Rio Branco, do União Barbarense, copiar boletim de ocorrência falando de furto de celular durante a folia no clube, briga de bar, acidente de trânsito. Uma alegria só.
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Agora não tem essa de pedir plantão. As corridas só começam em março. O negócio foi resolver pendências. Já sei com quem vou casar, onde e quando vou casar, pra onde eu vou viajar depois que casar, onde vou dormir após a festa, mas ainda não sei onde vou morar. Mas já tenho o sofá em que vou sentar, o fogão em que vou cozinhar, e a geladeira que vou assaltar.
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Nossa, rimou um monte. Dá pra fazer uma marchinha.

4 anos, já

SÃO PAULO (dançando a valsa) - Dia 29 de janeiro, completam-se quatro anos da minha formatura da faculdade. Demorei pra postar a lembrança da data porque procurava por uma foto no meu computador velho. Mas eu não tenho mais fotos da minha formatura no computador velho. Trocentas formatações e backups foram feitos. Só resta mesmo o álbum. E a preguiça de escanear alguma coisa.
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Um pouco de saudade sim. Mas alegria ao ver que, em todo esse tempo que voôu, tanta coisa mudou. E pra melhor.