Eu escrevo e te conto o que eu vi

Um blog sobre tudo e sobre nada.

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Local: São Paulo, SP, Brazil

Um gajo deveras apaixonado pelo que faz. Jornalista, magro, pobre e feio. Tio da Carolina e da Gabriela, marido da Viviane. Repórter de esportes e motor, sãopaulino consciente, assessor de imprensa, fanático por automobilismo e esportes de aventura, e também freelancer, porque ninguém é de ferro.

sábado, maio 30, 2009

Vida no autódromo

CURITIBA (PR) (frio, mas poderia ser pior) - Curitiba, para mim, sempre envolve uma aura especial. Motivos mil. Mas aqui é sempre bem legal. O autódromo é bom, o trabalho é sempre bem feito, o hotel tem lá sua boa dose de conforto, a cidade é linda e a variedade de restaurantes é sensacional: sexta, fui em um mexicano; ontem, em um japonês.
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Hoje, depois da correria aqui, eu vou é andar de kart.
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Porque ninguém é de ferro.

quarta-feira, maio 27, 2009

Malas prontas

SÃO PAULO (mas antes, correndo) - Quarta-feira cinzenta e de garoa na capital paulista, enquanto toco o trabalho na correria antes de rumar à capital paranaense. Ah, Curitiba, palco de grandes corridas e grandes lembranças. Vamos de carro. Sempre promessa de boa viagem e boa companhia.
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Enfim, só escrevi pra dar satisfação. Desejem-me um bom trabalho cheio de resultados.

segunda-feira, maio 18, 2009

Marmita dos deuses (ou da deusa)

SÃO PAULO (cadê o chinelo, cadê o chinelo?) - Sempre que volto de viagem, o dia seguinte é parecido com uma ressaca, mesmo não tendo ingerido uma gota de álcool: dor de cabeça, aquela sensação de não ter acordado direito, acompanhada (coisa ruim sempre vem acompanhada) de uma senhora dor nas costas. Claro que com tudo isso, o humor não é dos melhores - "bom dia, raio de sol" é a puta que te pariu.
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Mas tem coisas - e pessoas - que mesmo sem imaginar, compensam de uma forma que faz tudo sumir. Hoje mesmo, acabado de cansaço, vim cedo trabalhar. Como sempre, Viviane - A Doce, prepara a marmita: arroz de forno e almôndegas ao molho de tomate. Não proferi uma palavra enquanto me deliciava com aquela protuberância de sabores. Fiquei zerado. Mole feito maionese no espeto, mas zerado.
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Cristo, comi de joelhos. E de colher.
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Depois não sei porque engordo.

sexta-feira, maio 15, 2009

A primeira do ano

SANTA CRUZ DO SUL (RS) (algo escondeu-se) - Já estava sentindo falta da rotina aeroporto-locadora-hotel-autódromo. Pois bem, cá estou, na gélida Santa Cruz do Sul, a 160 quilômetros de Porto Alegre - que a cada dia que passa, fica mais bonita, a Capital. Vôo tranquilo, aluguel de carro melhor do que eu esperava (Palio 1.4, completinho), e uma viagenzinha até Rio Pardo, onde estou hospedado.
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A previsão do tempo aponta mínima de dois graus negativos na manhã de sábado. A contar pelo que foi hoje cedo, parece que vai se confirmar. Porque tá gelado.
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À Ana Paula, cujo casamento perderei neste final de semana, meus sinceros desejos de felicidade, saúde, filhos, fé e música boa.

sexta-feira, maio 08, 2009

Como eu ia dizendo, a aritimética...

SÃO PAULO (você só pode estar de zueira com a minha cara) - É do senso comum que jornalista fazendo conta é um desastre retumbante. Se fosse bom com números, teria sido engenheiro, economista, qualquer cazzo que não tivesse a ver com as letras. Foi o que eu disse pro meu pai, quando aos 12 anos anunciei que seria jornalista, e não administrador de empresas.
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"Não sei fazer conta. Só sei escrever e olhe lá". E fui pra faculdade seis anos depois. Sem antes tentar passar pelo curso técnico de Mecatrônica no colegial. Depois de um mês e um quadro negro cheio de cálculos de eletrônica e um professor me dizendo "isso é continha de feira", abandonei o navio ali mesmo antes que bombasse de ano.
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Nas redações, quando a coisa pendia pra matemática, ferrava tudo. O coro era geral: "se eu soubesse fazer conta, eu era engenheiro!", bradavam os revoltados. Eis que hoje me sucede situação semelhante (tanta enrolação pra chegar até aqui).
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Trabalhando com automobilismo, nos deparamos com estes termos técnicos de engenharia e gírias das pistas. E também com números, metros, velocidade e medidas de tempo. É exatamente onde mora o perigo.
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Preparem-se, porque agora vem a situação e uma aulinha de aritimética...
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Um piloto cliente nosso ficou em segundo lugar no grid, com um tempo apenas 0s021 pior que o do pole position, no circuito de Barcelona. Qual foi a missão que me deram? Descobrir que diferença o 0s021 representaria, por exemplo, em metros.
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Antes que meu cérebro desse um nó, listei meus amigos engenheiros. Como não consegui falar com ninguém, comecei a me mexer, a tirar a poeira de tudo que estava guardado em algum canto empoeirado da CPU localizada na minha cabeça.
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As perguntas: qual é o tamanho da pista e qual foi o tempo da pole?
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Bom, a pista tem 4.655 metros, e a pole foi cravada em 1min27s510.
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Qual seria a média de velocidade dessa volta? Bom, velocidade é espaço dividido por tempo, certo? Então eu tenho que converter este tempo todo em segundos, o que daria 87s510. Certo?
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Aí, pra tirar a média, eu tive que dividir a extensão da pista pelo tempo de volta. A velocidade foi de 53 m/s - ou metros por segundo, lembram da aula de física na escola? Por curiosidade, achei um conversor de velocidades no glorioso Google, e descobri que 53 metros por segundo correspondem exatamente a 191 km/h. Mas isso foi por curiosidade, não seria útil.
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Então, 53 metros em um segundo. Quantos metros em 0s021?
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Deixa eu desenhar:
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53 - 1
x - 0,021
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x = 1,113
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Então, a diferença de tempo de 0s021 correspondeu, no caso da luta pela pole em Barcelona, um metro, onze centímetros e três milímetros de vantagem para o primeiro colocado.
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Suado, ensangüentado, com fumaça saindo da cabeça, mas realizado com meu sucesso aritimético, passo o resultado ao meu chefe, que diz:
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"Nossa, um metro? Ah, achei que fosse ser bem menor essa diferença. Melhor a gente não usar no texto".

terça-feira, maio 05, 2009

"Não necessariamente"

SÃO PAULO (e hoje, qual é a janta?) - Segunda à noite é relgioso: só vou dormir depois do CQC. Na edição desta semana, no quadro "Palavras Cruzadas", estavam dois imortais, digamos assim, da política tupiniquim: César Maia e o glorioso Paulo Salim Maluf.
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À determinada altura, a pergunta: "Você já roubou?". Maia responde com a negativa. Salim Maluf, com aquela fala engrenhada, manda essa: "Não necessariamente".
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Porra, peraí. Não necessariamente?
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Isso me lembra um episódio vivido na redação de "O Liberal", lá em Americana, nos idos de 2005 ou 2006, não me lembro. Maluf estava em campanha para deputado federal, e naquela semana fazia visita às redações da região de Campinas. O cidadão entra na sala, todo pimpão, olhar soberano, cumprimentando todo mundo, todo "oooh, como vai você, meu (minha) jovem?", mesmo que o "jovem" tivesse 46 anos.
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O cara chega em mim com uma habilidade ímpar de deixar as pessoas vermelhas. "Mas que rapaz bonito!". Na minha mente, veio um "porra, larga de ser mentiroso, meu!". Ao meu lado, a Leslie, repórter ruiva da redação. Aí o Salim apaixonou: "Antes de me casar com a Silvia, eu tinha uma namorada ruiva como você".
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Na sabatina - que fiz questão de ficar de fora, já que eu era de Esportes - pedi para perguntarem algo que um amigo já havia feito com ele na faculdade. Paulo Maluf por Paulo Maluf.
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"Um trabalhador! Anota aí, meu jovem: um trabalhador!".
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Exatamente como eu previa.