Eu Hooligan
AMERICANA (Porto Alegre, me aguarde!) - Domingão teve final do Campeonato Gaúcho. Grêmio x Internacional, o popular Grenal. Uma rivalidade pior que Palmeiras x Corinthians, pior que Flamengo x Vasco, pior que Brasil x Argentina. Pior que Deus x diabo.
Como a primeira partida ficou em 0 a 0 no Olímpico, um empate sem gols no Beira Rio (casa da Inter) levaria a decisão aos pênaltis. Empate com gols, o título era do Grêmio (que marcaria gol na casa do adversário). Sou tricolor de coração, são-paulino não muito praticante. Mas de uma essência tricolor. E tri-campeã mundial, diga-se.
Então, em qualquer outro canto do planeta, eu serei tricolor. No Rio, sou Fluminense, em Salvador, Bahia, em Curitiba, Paraná Clube, e por aí segue. No Rio Grande do Sul, sou Grêmio. Entretanto, não nego que torci como louco para a Inter naquele jogo contra o Corinthians, ano passado no Brasileirão. Quando o Márcio Rezende meteu o foice nos gaúchos ao não dar aquele pênalti em cima do Tinga. Enfim, foi-se.
Mas no Sul eu sou Grêmio.
E vi divagações e comemorações de gaúchos sobre o título gremista. Uma coisa absurda no bom sentido, como o futebol gaúcho e em geral deve ser.
"Quero que o jogo termine em 1 a 1 e que o gol de empate do Grêmio venha aos 52 minutos do segundo tempo feito com a mão enquanto o centroavante tricolor pisa na cabeça do goleiro, só para os colorados ficarem 7 anos reclamando desse jogo". Esse era o pensamento mais sarcástico do torcedor tricolor.
É importante uma pequena digressão didática a respeito do ludopédio nos pampas. O futebol gaúcho apenas pode ser conceituado como "futebol" num sentido muito generoso e abrangente da palavra, pois ele é, na verdade, uma espécie de rugby que evita conduzir a bola com as mãos.
No Rio Grande, falta é regra e um Ronaldinho Gaúcho uma total aberração. Praticamente só vale gol de cabeça, por atropelamento ou fratura exposta e ganha o time que terminar a partida com mais de sete sobreviventes em campo. Boleiro gaúcho mesmo, de verdade, não calça chuteiras. Usa ferradura.
O Inter, invicto há dois meses, líder de sua chave na Libertadores, buscando o pentacampeonato, enfrentava em seu estádio lotado o Grêmio, um time limitado, recém-eliminado da logo na segunda fase da Copa do Brasil pelo inexpressivo 15 de Novembro. Porém, todo clássico é um momento de singularidade.
E assim foi, o Inter mesmo não jogando muito bem, dava caneta, dava chapéu; o Grêmio só na base do carrinho. Cumprindo cegamente seu papel no augúrio, o Internacional fez o seu gol em uma bela troca de passes na área, comemorou uma barbaridade, tudo dentro dos conformes, tudo como mandara o script do então favorito.
E para a profecia se realizar completamente só faltava aquele meio-gol gremista, e ele veio, de cabeça, em uma cobrança de falta, uma meia-cabeça, um gol de nuca, praticamente com a cervical, um gol tosco, como manda a etiqueta de uma final gaúcha. A maldição e o prenúncio do torcedor gremista se cumpriram finalmente e neste dia o pôr-do-sol na Redenção foi azul.
Pois está escrito que campeonato gaúcho nunca será vencido pelo melhor, mas pelo time mais gaúcho.
*Texto em homenagem à minha amiga Vivi, a são-paulina-gremista-gaúcha-paulistana-de-olhos-azuis
Como a primeira partida ficou em 0 a 0 no Olímpico, um empate sem gols no Beira Rio (casa da Inter) levaria a decisão aos pênaltis. Empate com gols, o título era do Grêmio (que marcaria gol na casa do adversário). Sou tricolor de coração, são-paulino não muito praticante. Mas de uma essência tricolor. E tri-campeã mundial, diga-se.
Então, em qualquer outro canto do planeta, eu serei tricolor. No Rio, sou Fluminense, em Salvador, Bahia, em Curitiba, Paraná Clube, e por aí segue. No Rio Grande do Sul, sou Grêmio. Entretanto, não nego que torci como louco para a Inter naquele jogo contra o Corinthians, ano passado no Brasileirão. Quando o Márcio Rezende meteu o foice nos gaúchos ao não dar aquele pênalti em cima do Tinga. Enfim, foi-se.
Mas no Sul eu sou Grêmio.
E vi divagações e comemorações de gaúchos sobre o título gremista. Uma coisa absurda no bom sentido, como o futebol gaúcho e em geral deve ser.
"Quero que o jogo termine em 1 a 1 e que o gol de empate do Grêmio venha aos 52 minutos do segundo tempo feito com a mão enquanto o centroavante tricolor pisa na cabeça do goleiro, só para os colorados ficarem 7 anos reclamando desse jogo". Esse era o pensamento mais sarcástico do torcedor tricolor.
É importante uma pequena digressão didática a respeito do ludopédio nos pampas. O futebol gaúcho apenas pode ser conceituado como "futebol" num sentido muito generoso e abrangente da palavra, pois ele é, na verdade, uma espécie de rugby que evita conduzir a bola com as mãos.
No Rio Grande, falta é regra e um Ronaldinho Gaúcho uma total aberração. Praticamente só vale gol de cabeça, por atropelamento ou fratura exposta e ganha o time que terminar a partida com mais de sete sobreviventes em campo. Boleiro gaúcho mesmo, de verdade, não calça chuteiras. Usa ferradura.
O Inter, invicto há dois meses, líder de sua chave na Libertadores, buscando o pentacampeonato, enfrentava em seu estádio lotado o Grêmio, um time limitado, recém-eliminado da logo na segunda fase da Copa do Brasil pelo inexpressivo 15 de Novembro. Porém, todo clássico é um momento de singularidade.
E assim foi, o Inter mesmo não jogando muito bem, dava caneta, dava chapéu; o Grêmio só na base do carrinho. Cumprindo cegamente seu papel no augúrio, o Internacional fez o seu gol em uma bela troca de passes na área, comemorou uma barbaridade, tudo dentro dos conformes, tudo como mandara o script do então favorito.
E para a profecia se realizar completamente só faltava aquele meio-gol gremista, e ele veio, de cabeça, em uma cobrança de falta, uma meia-cabeça, um gol de nuca, praticamente com a cervical, um gol tosco, como manda a etiqueta de uma final gaúcha. A maldição e o prenúncio do torcedor gremista se cumpriram finalmente e neste dia o pôr-do-sol na Redenção foi azul.
Pois está escrito que campeonato gaúcho nunca será vencido pelo melhor, mas pelo time mais gaúcho.
*Texto em homenagem à minha amiga Vivi, a são-paulina-gremista-gaúcha-paulistana-de-olhos-azuis
2 Comentários:
A-D-O-R-E-I!!! Tu tá até sabendo do pôr-do-sol da Redenção, é?? Tem o do Gasômetro tb que fica bem pertinho do Beira-rio (ou chamado salão de festa dos gremistas) ahahahhahaha! Tá por dentro!!
Diz que a melhor vitória do Grêmio nem foi o título de Campeão Gaúcho, mas sim ter vencido o Inter! ahahhahahha! Não interessa nem por qual campeonato de tão grande que é a rivalidade entre eles!
Tem até um grito de guerra gremista que diz assim:"Somos campeões do mundo, da libertadores tb, chora macaco imundo, nunca ganhou de ninguém" ahhahahahaha! É, chamam os colorados de macacada! ahahahhahha!
Domingão vai ter o campeonato brasileiro com Grêmio e Corinthians no Olímpico... acho que vou e ÓBVIO que vou torcer pro Tricolor dos Pampas! Pena que o senhor ainda não estará aqui pra ir junto, ia ser massa!
Valeu a homenagem do texto pra mim, me senti honrada!! ;)
Beijão pra ti, guri!! Te espero semana que vem pra curtir!!
Olá,
Entre tantas rivalidades, num domingo de sol( mas que terminou com uma tempestade) estava eu assistindo a partida do nosso Tricolor Paulista..... que não venceu o campeonato, mas venceu a partida......hehehe
Ah e pude aplaudir o gol de falta do Rogério Ceni,uhuhuhu
Bom,mas independente do time que torcemos o que vale mesmo é, torcer para o Corinthians perder.....hahahaha
BJS
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