Felipe Massa ofusca campeões e vence em casa
FÓRMULA 1 Brasileiro é o primeiro a vencer em Interlagos desde Ayrton Senna
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SÃO PAULO - Felipe Massa estava prestes a completar 12 anos quando Ayrton Senna venceu pela última vez o GP do Brasil de Fórmula 1 em Interlagos, em 1993. Nunca aquele pré-adolescente teria imaginado que, aos 25, ele seria o primeiro depois do ídolo a levantar a torcida com uma vitória brasileira em solo nacional.
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Em sua primeira chance com um carro de ponta, a última com Michael Schumacher na pista, o brasileiro Felipe Massa levantou os 70 mil torcedores que lotaram as arquibancadas de Interlagos, domingo, e venceu sua segunda corrida na Fórmula 1, no encerramento da temporada, ofuscando a despedida do heptacampeão e companheiro de equipe e, principalmente a conquista do bicampeonato de Fernando Alonso, da Renault.
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Demonstrando concentração, velocidade e regularidade, Massa demonstrou aos 25 anos uma maturidade de campeão ao encarar a vitória com naturalidade, como tem que ser feito. Para quem a vitória é a regra, não a exceção.
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Felipe dominou o fim de semana. Foi o mais rápido nos treinos livres do sábado e marcou a pole position, num final de treino marcado pelo azar de Schumacher, com um problema na bomba de combustível, que o fez largar em décimo.
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Para Massa, o resultado da corrida foi decidido na primeira curva, o S do Senna. Ao fazer a curva na liderança, ele não seria mais alcançado. Nem mesmo quando entrou o safety-car, na segunda volta, após o forte acidente de Nico Rosberg, da Williams. Na relargada, abriu vantagem e viu, novamente, Schumacher dando azar, numa ultrapassagem sobre Giancarlo Fisichella que furou seu pneu, jogando-o para a última posição e dando-lhe a oportunidade de dar seu último show de pilotagem, fazer 13 ultrapassagens e terminar na quarta posição.
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Fernando Alonso, o mais jovem bicampeão da história, aos 25 anos, chegou em segundo lugar, 18 segundos atrás do brasileiro. Jenson Button, outro que deu show ao largar em 14º, fechou o pódio no terceiro lugar.
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O macacão verde-amarelo deu o tom da festa. Após a bandeirada final, o par de luvas vermelhas agarrou com força uma bandeira do Brasil entregue por um fiscal de pista. E na Reta Oposta, desfilando com flâmula em punho, lembrou Senna em 93. Felipe não cabia dentro de si. Preso ao cinto de seis pontos dentro do apertado cockpit de sua Ferrari, o brasileiro parecia dar pulos, o que acabou fazendo ao descer do carro, “indo para a galera”, pulando sobre os mecânicos da equipe e comemorando sobre o muro, voltado para as arquibancadas.
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Encerrando sua primeira temporada na equipe italiana, deu esperanças à torcida brasileira para a próxima temporada, a primeira sem Schumacher. Bastante diferentes das que foram dadas por Barrichello (7º com a Honda, após largar em quinto) nos seis anos pilotando o carro vermelho.
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Texto e foto: CLEBER BERNUCI. Reportagem publicada no jornal "O Liberal", de Americana (SP), na edição de 24/10/2006.
3 Comentários:
mtas terças de double drink nos aguarda. prepare o fígado. hehehe... bjks
Só não gosto que toquem a música do Senna pra outra pessoa. Só isso.
Beijo.
Uma delicia de reportagem ! Num Brasil tao cheio de malas e cueca foi um colirio ver a nossa bandeira tremulando nas maos de um jovem num momento de gloria que generosamente foi compartilhado com todos nós. Ao ouvir a musica, que se tornou tema desses momentos, so nos restou chorar de alegria.
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