Que nem mosquito na bosta
SÃO PAULO (põe mais um na mesa de jantar, que hoje vou praí te ver) - Voltei a ter uma sensação que não sentia havia pelo menos uns três anos. Aqueles tempos de recém-formado, de foca deslumbrado, de participar de todo processo de composição e carregar o produto pronto como se fosse um filho, orgulhoso de ver seu nome impresso ali, bem pimpão.
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Todo o deslumbre acabou com o passar dos anos, com a chegada de certa experiência, com as decepções a que você é submetido. Nada como novos ares. Poluídos, mas ainda assim, novos ares. Uma semana corrida de tudo. O cansaço da viagem a Curitiba e o fechamento da revista F1 Racing, a revista de Fórmula 1 mais lida do planeta.
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Estou envolvido na produção da versão brasileira do periódico. Então, escrever sobre pistas e carros de corrida para mim não chega a ser um grande esforço. Faço com grande prazer. E quando se faz as coisas com prazer, as chances de dar certo são enormes.
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Foi um fechamento difícil. Um parto complicado. A diagramadora doente, o revisor viajando, a tradutora envolvida com um livro. Desfalques que fizeram este pobre, magro, empolgado e mequetrefe escriba se virar em quatro contando, claro, com a ajuda do editor e da diagramadora convalescente.
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E aqui estou eu, babando ao ver meu nome assinando um texto da GP2 e a edição de uma matéria de Stock Car e outra de Fórmula 1. Nunca quis mudar o mundo, fazer justiça. Não vim com esse discurso na faculdade quando o professor perguntou "por que jornalismo?". Desde moleque, preguei: "meu negócio é carro de corrida".
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O que só me faz perceber que a grana não é grande coisa, mas que a satisfação é parte do salário.
1 Comentários:
É, vida de jornalista é foda, o salário quase nunca compensa, mas a gente curte demais...
Abs
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