Eu escrevo e te conto o que eu vi

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Um gajo deveras apaixonado pelo que faz. Jornalista, magro, pobre e feio. Tio da Carolina e da Gabriela, marido da Viviane. Repórter de esportes e motor, sãopaulino consciente, assessor de imprensa, fanático por automobilismo e esportes de aventura, e também freelancer, porque ninguém é de ferro.

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Recordar é viver

SÃO PAULO (something to remember me by) - Textinho velho, de maio de 2006, de quando eu estava sozinho, não tinha Viviane, a Doce, e trabalhava no Liberal. Hoje que fui me dar conta desse texto. É uma oração ao padim Ciço. Pedindo uma namorada. E não é que véio caprichou? Não me deu só uma namorada, mas me arrumou uma esposa (atualmente noiva)... Bom, abaixo segue o texto da ocasião. Divirtam-se.
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Quarta-feira, Maio 10, 2006
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Valha-me, 'Padim Ciço'
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SANTA BÁRBARA (acabou o café. E agora?) - Olha, nem católico eu sou, mas vou fazer esse apelo, por sua popularidade e eficiência. Padim Ciço, dá um toque pra Santo Antônio, que a coisa tá feia. Não sou súdito, mas venho como teus adoradores lá do norte, na simplicidade do desespero de causa.
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Tudo bem que eu sou emocionalmente instável, tenho um geniozinho ruim, sou arrogante às vezes, minha sinceridade me atrapalha e justifico qualquer fracasso com meu complexo adolescente de patinho feio. Que eu sou exigente demais, que acho defeitos demais (e muitas vezes não olho para os meus) e depois a culpa me consome as entranhas.
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Mas veja bem, padim Ciço: sou educado, trabalhador, esforçado, dedicado, razoavelmente bonitinho (ao menos, esguio, que fica bem num terno), abro a porta do carro, sou gentil, gosto de fazer uma surpresa, sou carinhoso. E muitas vezes, carente. Carente até a morte.
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Eu queria muito, padim Ciço, que o senhor já fosse se organizando para me dar de aniversário (esqueça 12 de junho, mentalize 6 de novembro, que ainda dá tempo pra eu me reformar) uma paixãozinha que seja. Um flerte que acabe em um beijo bem bobo, bem devagar, com os olhos fechados e virando em suspiros, um primeiro toque acidental entre-aspas, uma surpresa de identificaçao na intenção do olhar.
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Não se incomode agora, padim, só estou lhe avisando com antecedência para o senhor já ir manipulando o destino e as fatalidades do amor de modo a cruzar as linhas necessárias para o encontro. Porque, afinal, meu aniversário está longe e primeiro preciso passar incólume pelo meu inferno astral.
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Não, não. Pensando bem e já caindo em contradição, seria melhor antes. O inverno está aí e sempre me vem aquele trecho da música que diz "quero que você me aqueça nesse inverno, e que tudo mais vá pro inferno". Eu quero um sábado à noite sossegado, ver filme, comer chocolate e pipoca tomando Coca-Cola, num colchão jogado no chão da sala e bem abrigado por um abraço gostoso, um colo quente e um edredon macio. Bem idiota, bem previsível, bem simples.
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Só que pelo amor do teu Chefe: faça um trabalho bem feito. O senhor tem sido muito meia-boca comigo ultimamente e eu acho isso uma vergonha para uma divindade da sua estatura. Ou me faça uma boa surpresa ou nem se atreva a me mandar cupidinho incompetente, burro ou mal-intencionado fazer o serviço que o senhor faz muito melhor.
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Quero voltar a cantar no chuveiro, mimar alguém com prazer, fazer e receber massagem nos pés. Porque Nietzche já disse: "Odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia". Padim, me quebra essa.
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Fico te devendo uma, meu véio.

2 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Cleber, parabéns pelos textos, são ótimos... li tantos quantos o sono me permitiu...
Sucesso pra vc!

11:08 PM  
Blogger Diegovj disse...

Dude, já conhecia esse texto, mas como sempre morro de dar risada.

Excelente!
Cavalerium Omnia Vincit

6:06 AM  

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