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Um gajo deveras apaixonado pelo que faz. Jornalista, magro, pobre e feio. Tio da Carolina e da Gabriela, marido da Viviane. Repórter de esportes e motor, sãopaulino consciente, assessor de imprensa, fanático por automobilismo e esportes de aventura, e também freelancer, porque ninguém é de ferro.

terça-feira, outubro 31, 2006

Creco, o alienígena

AMERICANA (cortinas se fechando) - Senti-me um alienígena, hoje. De manhã, estava de boa, a selecionar roupas para a viagem do feriadão. São José do Rio Preto, formatura de medicina de um amigaço. Ah, inclusive ontem eu e o Ganso compramos uma garrafa do líquido mais sagrado que a Suécia pode nos oferecer: Vodka Absolut. Uhhh!
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Voltemos ao foco, pois. Estava sem muitas obrigações de manhã, e propus a ajudar namorada. Ela tinha consulta marcada no médico, aquele em que só as mulheres vão. Entro com ela no consultório, fazendo pose de namoradão-parceiro-que-tá-junto-pro-que-der-e-vier. Pois bem. Entramos e a mocinha da recepção já tasca a primeira pergunta:
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- A senhorita está grávida?
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Como assim, Bial? Grávida? Tá loco! É regra estar grávida? Eu não estou grávido!
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Diante da negativa, fomos à sala de espera. Gravidez não é regra, mas que ajuda a priorizar o atendimento, isso sim. E percebo que só tinha EU de homem no recinto. Além do médico, claro. Mulheres grávidas, grávidas mulheres. Mulheres com problemas mil, que minha curiosidade não se atém em saciar, urgh.
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No que entro com ela, todo mundo na sala se vira e olha pra mim. Até parei. Namorada pára, olha rindo pra minha cara, me pega pela mão e me leva até o sofá. Ela compreendia a situação. Ela era a única com o cônjuge a acompanhá-la. Senti-me um ET ao entrar ali, com todo mundo me olhando. Aquela coisa do tipo "o que esse HOMEM tá fazendo aqui?". Como se fosse território proibido.
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Duas horas depois, um jornal todo lido, mais algumas revistas femininas (claro que não ia ter nenhuma QuatroRodas num consultório daquele tipo), Marie Claire, Nova, Cláudia, essas coisas. Acho importante para o homem ler esse tipo de revista. Claro que eu pulo a parte dos abdômes masculinos sarados, até porque o meu não é. Vou pra partes mais interessantes. É bom saber o que elas pensam.
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O médico chama. Ela vai indo devagar, meio que querendo pegar minha mão, pra eu entrar junto.
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- Na-na-ni-na-não.
- O que?
- Não vou entrar não.
- Por quê?
- Pra não ficar traumatizado.
- Tá bom.
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Era só o que me faltava. Ver a guria sofrendo lá dentro. Pior, ver um cidadão enfiar a cabeça em baixo dum pano pra ver o que tem lá dentro. Eu, hein?! Não, não se trata de ciúme. Longe disso. Só não quero perder o encanto da coisa.
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Certos mistérios devem permanecer como estão.

2 Comentários:

Blogger Giselle Hoffmann disse...

iuahaiuhaiuhau
clebão, óóóótemo. Divertidissimo!
Adorei a narrativa, q coisa heim!
ri do começo ao fim (desculpa, nao to pulando em cima, mas foi inevitavel)haha
beijao no casal 20

10:37 AM  
Anonymous Anônimo disse...

Creco...amei...rs
Nunca ri tanto lendo um post seu. Divertidíssimo....e muito especial....mas cá entre nós, mesmo se sentindo um ET vc foi muito macho....a Vi deve ter se sentido muito segura ao seu lado...rs....

beijos nos dois!

8:58 PM  

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