AVENTURA NAS VEIAS!
Para contar como é uma corrida de aventura, a reportagem não teve outra opção:aventurou-se. E sobreviveu para contar a história
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CLEBER BERNUCI
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SÃO PEDRO - É difícil explicar os motivos que levam um cidadão comum acordar cedo em pleno domingo gelado para fazer alguma coisa que não seja ver uma corrida de Fórmula 1 sob cobertores. E quando fui convidado a fazer a cobertura jornalística do Adventure Camp - uma corrida de aventura que aconteceu no último domingo em São Pedro - topei com uma condição: que eu fosse inscrito na prova e competisse. E assim foi.
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Vi que seria uma aventura ao conhecer os integrantes da equipe na qual fui inscrito. O arquiteto Rodrigo Alonso, 35 anos, alpinista e triatleta; Fernanda Bredariol, 26anos, professora de educação física e a nutricionista esportiva Anielle D'Angelo, também de 26 anos. Um pessoal preparado, que forma a equipe Rústicos da Selva. Aventureiros profissionais.
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Vida de jornalista, muitos sabem, é um primor de sedentarismo. Eu estava lá, com três feras que correm e pedalam todos os dias. A receptividade do intrépido trio ao menos me deixou aliviado. Parecíamos amigos de longa data.
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A prova - A largada foi dada às oito horas, no Parque Municipal. No total do percurso foram 37 quilômetros de mountain bike, dez de corrida (trekking), oito de remo pelo Rio Piracicaba (quatro por dupla da equipe) e assustadores 105 metros de descida em rapel (canyoning).
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Passamos pelos PCs (pontos de checagem) e depois de 15 quilômetros, deixamos as bikes e a equipe se dividiu. Anielle e Fernanda partiram para o trecho de canoagem. Eu e Rodrigo, para a trilha até o PC seguinte, onde encontraríamos as meninas e faríamos a troca.
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Fazer o bote navegar em linha reta é façanha das mais difíceis para dois estreantes na modalidade. Quatro quilômetros depois, chegamos com os ombros pesados. E seguimos na trilha. Correndo.
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O cansaço. Uma barra de cereal, uns goles d'água. Outro PC e o reencontro com as bikes. Mais 22 quilômetros. Muita areia e muita subida. Cansaço. Um gel repositor e mais água. Eu pensava na omelete de minha mãe, na macarronada do meu restaurante favorito... Porque gel e barras só te dão energia, mas não matam a fome. Se possível, eu comeria a minha mochila naquela hora.
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Rodrigo com fortes câimbras nas coxas, e Anielle teve uma rápida crise de pressão baixa, nos preocupando e provando que até os mais preparados sofrem. Água, gel repositor, mais sal e isotônico. Depois, seguimos pela estrada, a pé, para a Gruta dos Anões, no rapel. É um trecho onde todos vão correndo. E também voltam.
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Morto de cansaço, descobri o significado da palavra exaustão. Mas cruzei a linha de chegada ao lado da equipe exatamente às 15h55, 1h25 depois da equipe vencedora. Entre as 82 que terminaram, nada mal ficar em 20º (pela cronometragem, sem contar as penalizações). Nada mal. Chegar inteiro já era uma vitória.
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Ir além do cansaço, superar seu próprio corpo e seus limites traz uma sensação extremamente renovadora. Isso é uma corrida de aventura. Aprendi mais sobre meus limites e como superá-los. E mais do que isso: consegui três grandes amigos.
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*Matéria publicada no caderno de Esporte jornal O LIBERAL. Fotos: Luciano Scarso.
1 Comentários:
Poxa vida!! Jornalista sedentário?? É pq não tinham te descoberto! ahahhaha! Tu tá super bem, hein meu amigo?? Gostei de ver! Depois que fazemos um belo exercício nos sentimos de bem com a vida, com o corpo e saúde! Imagino como tu deve ter ficado depois da prova! Tá de parabéns!!
Um beijão!
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