Eu escrevo e te conto o que eu vi

Um blog sobre tudo e sobre nada.

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Local: São Paulo, SP, Brazil

Um gajo deveras apaixonado pelo que faz. Jornalista, magro, pobre e feio. Tio da Carolina e da Gabriela, marido da Viviane. Repórter de esportes e motor, sãopaulino consciente, assessor de imprensa, fanático por automobilismo e esportes de aventura, e também freelancer, porque ninguém é de ferro.

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

Capítulo 3: "Rumo ao centro"

Tomo um caminho diferente dessa vez, acho que rumo ao centro do país. Paro num posto uns 200 quilômetros depois, a garganta seca e a roupa cheia de poeira de uma estrada lotada de caminhões que agora ficou para trás. Saio do carro que está tão sujo que o preto virou marrom.
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Acendo um cigarro. O local da vez é mais limpo que o anterior, vejo alguns carros de família e suponho que estou próximo a uma cidade turística qualquer. Entro na lanchonete tosca onde crianças ramelentas comem sanduíches de presunto magro e se misturam com tipos locais que parecem não ter muito cuidado com a higiene pessoal.
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Paro no balcão:
- Que cerveja você tem?
- Bavaria, Itaipava, Lecker e Antarctica.
- Nada de Brahma?
- Não.
- Skol?
- Também não.
- Me dá uma Coca
- 1 minuto (que viraram 5)
- Aqui está.
- Que lugar é esse?
- Você não sabe?
- Não (se soubesse não teria perguntado, né criatura?)
- Estamos a 15km da Chapada dos Guimarães - ela responde com orgulho.
- Ah, entendi...tem uns lugares bons pra dormir lá?
- Tem sim.
- Obrigado pela Coca, fique com o troco.
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O corpo pesado, cansado. Estava perto de Cuiabá, Mato Grosso, tinha andado muito desde que saí de casa, e só agora percebia. Pedi que não me procurassem, desliguei o celular, estava jogado no porta luvas do carro fazia dias. Não deveriam estar sentindo minha falta. Ainda bem, afinal não tinha sobrado muita gente que eu realmente gostava.
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As economias que tinha guardado deveriam durar por mais alguns meses. “Vamos ao hotel”. No caminho contemplo o pôr do sol e logo chego à chapada. O mês é agosto, a cidade não estava lotada. Vago um pouco pelas ruas, observo as pessoas e encontro uma pousada para passar a noite.
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Na recepção uma senhora de cabelos grisalhos e pele bronzeada me interpela:
- Pois não?
- Quero um quarto
- Desculpe, estamos lotados
- Nada mesmo?
- Bom, temos só um, mas não recomendo pois fica ao lado do quarto de uma turma de universitários meio barulhentos.
- Só homens?
- Um rapaz e três mulheres
- Perfeito, é meu...

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Carros gêmeos

SÃO PAULO (VW Polos opostos se atraem) - Lembram do Cleber, aquele jornalista alto e magro, que fala rápido, começou no Jornal de Nova Odessa, gosta de refrigerante sem gás, mora em São Paulo, tem um Polo e não sou eu? Pois é. Descobri que o Polo dele é gêmeo do meu. Ou paga-pau.
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Vejam a sequência. Ah, antes, esclarecendo: o meu é branco; o dele, preto. Ambos ano 2003, completos. Ar, vidro, trava, direção, regulagem de altura e profundidade da coluna de direção e tudo o mais. Completinho, X-fucking-tudo.
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À sequência de fatos, pois. Um belo dia de maio, meu carro deu pau na direção hidráulica. Mil e duzendos contos de réis pra consertar a bagaça. Puta dor no bolso. Eis que, alguns meses depois, o Polo preto dá pau na direção hidráulica.
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Depois de um tempo, meu ar condicionado parou de funcionar. Quer dizer, só gelava o carro quando a temperatura externa estivesse inferior a 21 graus. Ou seja: quando eu não precisava dele, ele funcionava. No calor, esquece. Morra cozido.
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Há alguns dias, Cleber magrelo-alto-jornalista-que-fala-rápido-tem-um-Polo-e-não-sou-eu me liga: "Merda, meu ar parou de funcionar". Novidade. Em outubro, descobri um belo trinco em formato de raiz quadrada, de fora a fora, no meu pára-brisas (foda-se o novo acordo gramatical, estou com o professor que encerra a frase com "é isso").
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Meu seguro pagou (ah é, nossos carros são 'segurados' pela mesma empresa e mesma corretora) a troca. No dia em que eu tiro meu carro da Carglass, eis que o xará me liga: "Cara, apareceu um trinco no meu pára-brisa!".
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Semana passada, consegui vender meu Polo. Semana passada, ele conseguiu vender o Polo dele. Eu comprei meu primeiro carro zero. Ele também. Eu comprei um sedã. Ele também.
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Mas, pelo menos, de marcas e cores diferentes.

terça-feira, fevereiro 03, 2009

No escritório

SÃO PAULO (nhé) - Estava eu no escritório, quando Viviane, A Doce me pede para marcar uma consulta para ela. Ligo no 0800 do plano de saúde:
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- Plano de saúde tal, pois não.
- Eu queria marcar uma consulta.
- Qual a especialidade, senhor?
- Ginecologista.
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Quando dou por mim, à minha volta a redação inteira tinha parado. Mas o pior estava por vir:
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- Para quem seria esta consulta, senhor?
(Cazzo, pra mim é que não ia ser, né!)
- Para minha esposa.
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Dia 9 de março, no consultório.