Eu escrevo e te conto o que eu vi

Um blog sobre tudo e sobre nada.

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Local: São Paulo, SP, Brazil

Um gajo deveras apaixonado pelo que faz. Jornalista, magro, pobre e feio. Tio da Carolina e da Gabriela, marido da Viviane. Repórter de esportes e motor, sãopaulino consciente, assessor de imprensa, fanático por automobilismo e esportes de aventura, e também freelancer, porque ninguém é de ferro.

segunda-feira, abril 20, 2009

Domingão vantajoso

SÃO PAULO (feriado aqui é uma delícia) - Domingão com a patroa e sem corrida. Depois de mais um GP de Fórmula 1 visto na madrugada, voltei a dormir e acordei tarde. Dia ensolarado, cidade vazia, vamos passear. Destino: o zoológico, lugar que visitei no longínquo 1993, aos 12 anos de idade.
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Endereço no GPS, paramos em uma padaria. Misto quente, pão na chapa, pão de queijo, café expresso, suco de laranja. No caixa, pegamos uma garrafinha d'água e dois bombons. A moça passa a ficha no caixa. Valor: 4,30.
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Viviane me olha, eu finjo que tá normal, pago e tchau.
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"Começou bem o domingão", diz a patroa, rindo.
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Perto do zoo, um puta trânsito. Meia volta, vamos dar rolê por aí. Paramos na feirinha do Masp e na do Trianon, na Paulista. Bem legal. Antiguidades, coisas hipongas, coisas normais, coisas legais. Onde deixei o carro, uma moça solícita: "Pode deixar que fico de olho, tio". Vá lá.
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Volto da feirinha, cadê a mina? Vazou. Bom, não precisei desembolsar R$ 5 pela "olhada". Vamos almoçar. Chega a conta, que cobrava, além do almoço, claro, dois sucos de laranja (2,30 cada) e um suco de morango (4,00). Quando na verdade foram dois de morango e um de laranja. Mais vantagem.
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Dali, cineminha no shopping. Compro as entradas, a moça do caixa: "São 8 reais". "Cada um?", pergunto. "Não, é quatro cada. A sessão das 15 horas é com desconto".
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Que dia abençoado.

quinta-feira, abril 16, 2009

Capítulo 5: "Esquecimento leva à larica"

Óh, Minas Gerais, quem te conhece não te esquece jamais...
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Não esqueci. Mas eu não me lembrava. A questão era: o que aconteceu? Minha memória remontava a apenas aquele corpanzil de 20 anos roçando em mim e sua cabeça de longos, lisos, macios e cheirosos cabelos negros encostada no meu ombro enquanto olhávamos para cima. Ambos alegres da vodca, mas extremamente cansados - ela da rave; eu da viagem pela estrada. Nisso, o álcool te manda aquela mensagem "vá dormir e arque com as conseqüências ao acordar".
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Acordei primeiro sentindo a dor de cabeça da vodca vagabunda. Onde já se viu. O esquenta tem que ser feito com bebida de qualidade, para se estragar na festa. De qualquer forma, tenho 27, e não mais 20. Não tenho mais fígado para agüentar litros de Starka na minha corrente sangüínea. A ressaca é bem mais severa quando se passa dos 25. Ainda mais no ritmo que eu levava. Sempre fui certinho, mas quando era pra fazer coisa errada, orgulho-me de fazer bem feito. Tinha ressacas homéricas, mas acordava cheio de energia; e às vezes ia trabalhar assim. Meu lema era "plantão sem ressaca não é plantão". Mas essa ressaca não era homérica. Era hedionda.
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A segunda dor que senti foi no ombro esquerdo. Eu virado para a mesmo lado, com ela apoiada no meu braço. Dormi retorcido. Mas o que teria acontecido antes? Será que o álcool levou a outra coisa, que levou a outra coisa? Bem que poderia ser verdade. Tento tirar meu braço debaixo daquele corpo maravilhoso. E ela abre os olhos devagar, com um muxoxo que poderia ser traduzido por "ai minha cabeça".
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- Quem é você?
- Como assim, quem sou eu? O que você tomou com a vodca?
- Peraí... Ai... A cabeça dói demais da conta!
- Somos dois, baby. Somos dois.
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Ela não fala mais nada. Levanta-se com seu shortinho inspirador muito mais cavado em função da noite de sono, e com as marcas do sutiã nas costas. O sutiã, infelizmente, estava lá, todo torto. Mas estava. Damn it! Eu me sento, passo a mão na minha cabeleira e dou um suspiro. Fecho as cortinas. Sol maldito! Você nunca acorda tarde não? Me erra, pô! Ela volta.
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- Eduardo, né?
- Isso. Dudu para os íntimos.
- Não sei se chegamos lá ainda.
- Bom, você dormiu comigo.
- Mas aconteceu alguma coisa?
- Era justamente isso que eu queria te perguntar.
- Eu não sei. Só lembro da gente subindo pra cá e te chamei pra matar a garrafa no quarto.
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Sim, a garrafa. Lembrei dela ao levantar da cama. Pisei na maledeta e quase levo um tombo espetacular. Não quero nem saber. Quero um chuveiro. Quente, apesar do calor. E pensando se aconteceu algo ali ou não. Dormimos juntos. Mas éramos estranhos! Só sei que se chama Paty, estuda geologia, é mineira, tem 20 anos e uma blusinha decotada com a inscrição "Naughty". Como é que eu durmo com uma deusa dessas e não lembro de nada?!
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Será que aconteceu algo? E se aconteceu, porque diabos que não me lembro?! Merda!
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- Merda!
- Que foi?
- Quase me queimei nessa porcaria. Tá muito quente.
- Abre o chuveiro todo que melhora!, ela gritou, sem se arriscar a ir no banheiro.
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Procurei por pistas. O zíper da minha calça estava aberto. Mas isso é normal. Desde que ganhei alguns quilos - parei de pedalar - eu não abotôo mais as minhas calças. E fica só o zíper fechado. Deitado, deve ter se aberto. Ou não. Cacete! Bem que poderia ter acontecido! Porque vou ter que conviver sem essa lembrança? Caralho!
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- Que foi?
- Nada não! Tô falando sozinho aqui.Pensei alto.
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E saí do banheiro.- E aí, vocês vão fazer o que hoje?- Ah, tomar bastante líquido e ir pra Chapada.
- Fazer o quê?
- Hello! Eu faço Geologia, lembra?
- É. Disso eu lembro.
- Por que você não vem com a gente?
- Hum... Será? Posso mesmo, não vou atrapalhar?
- Uai, se eu tô chamando!...
- Primeiro preciso de um café da manhã. Puta larica.

terça-feira, abril 14, 2009

Creco dorminhoco

BARRETOS (não tem festa de rodeio) - Pela segunda vez, desde agosto de 2008 - portanto, pela segunda vez depois de casado - fui à casa dos meus sogros em Barretos. Estava devendo uma visita. Mais do que isso, tava com saudade do churras do seo Lúcio e da macarronada da dona Maria Amélia - claro, além de um corte de cabelo.
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A gente viaja pra descansar, mas não é bem assim que funciona... Todos sabemos que voltamos pra casa mais acabados do que saímos. É a estrada, o posto lotado, a fila no banheiro, o congestionamento. Pelo menos comigo e Viviane, a Doce, o planejamento é sempre bem feito e quase nunca tem erro.
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E voltei descansado. Porque em Barretos eu descobri o tal do Fenergan. Rapaz, que maravilha! Eu sempre chego meio zuado de alergia na casa dos sogros, por causa dos três simpáticos cachorros que lá habitam. Normalmente, era só tomar um Celestamine que zerava. Mas não tinha Celestamine. Tinha Fenergan.
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Tomei. Logo, fui dormir. Isso era 22 horas. Acordei no dia seguinte. Às 10h30. Acho que a última vez que dormi 12 horas foi depois da minha formatura do terceiro colegial. E pensa que foi só isso? Fiquei lesado o fim de semana todo! Depois do almoço, deitei pra "descansar os olhos", como se diz, e capotei das 14h às 17h30.
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Que mané Pasalix, Serenus... O negócio, mano, é Fenergan.