Eu escrevo e te conto o que eu vi

Um blog sobre tudo e sobre nada.

Minha foto
Nome:
Local: São Paulo, SP, Brazil

Um gajo deveras apaixonado pelo que faz. Jornalista, magro, pobre e feio. Tio da Carolina e da Gabriela, marido da Viviane. Repórter de esportes e motor, sãopaulino consciente, assessor de imprensa, fanático por automobilismo e esportes de aventura, e também freelancer, porque ninguém é de ferro.

quarta-feira, agosto 27, 2008

Materinha



Matéria com um outro sonho realizado.

segunda-feira, agosto 25, 2008

Como é que é?

SÃO PAULO (como é fácil fazer surgir um boato) - Conversa pega de entre-ouvido na cozinha da redação:
.
- Peraí, deixa eu dar uma chupadinha. Depois eu dou pra você.
.
Eu lavava a minha tupeware de marmita, quando vejo os dois saindo da cozinha. Cada um com uma metade de laranja na mão.

quinta-feira, agosto 21, 2008

Nº 2

SÃO PAULO (maldita galeria!) - O dia todo na rua gravando matéria. Um bom - e barato - almoço na Rua Augusta e vamos descendo para encontrar nosso motorista na van. De repente, a natureza me chama. Tento segurar. Preciso achar um banheiro. Um desastre aconteceria em questão de segundos se nada fosse feito.
.
Achei uma galeria repleta de restaurantes, pouco antes da esquina com a Alameda Itu. Pergunto pra um cara onde é o banheiro.
.
- Final do corredor à direita.
.
Como um tiro, vôo para o local sagrado. Entro e vejo que não há papel higiênico. Em NENHUMA das cabines reservadas ao mal-fadado número dois. Vou ver se tem papel-toalha. Também não. A sorte foi que eu tinha comigo uma pasta cheia de folhas de caderno.
.
Obrigado, Tilibra.

terça-feira, agosto 19, 2008

Lixo Olímpico

SÃO PAULO (já era hora) - Depois de uma manhã perdida vendo Brasil 0 x 3 Argentina, é hora de voltar ao trabalho. Que time lixo, meu Deus. Que lixo. Um bando de pelegos, metade pouco se importa. Não é porque perderam, é porque deixaram de jogar. Ronaldinho Gaúcho caminhava em campo. Thiago Neves foi expulso e tirou a camisa da seleção ainda no campo.
.
Mais uma vez, vai disputar o bronze. De qualquer maneira, ia perder da Nigéria na final.
.
Brasil-sil-sil!
.
São mesmo um bando de vira-latas.
.
Por isso que o meu negócio é automobilismo.

Espírito olímpico?


Eu, hein?

segunda-feira, agosto 18, 2008

Coooorre, putada!

SÃO PAULO (none to hundred in...) - Usain Bolt, jamaicano. Cem metros em 9s69, com um pé nas costas. Ninguém foi tão rápido assim na história. O cara é um mago. E nem forçou! Eu não faço 100 metros em 9 segundos nem de carro. O cara deve ter uma turbina no rabo.
.
Igual fazer 50 metros na piscina em 21 segundos. Porra, quando eu nadava, eu batia nos 25 metros em 16 segundos. Treinava todos os dias, duas vezes por dia. Tinha 16 anos e fazer 25 metros em 16 segundos era um temporal. Esses caras são uns torpedos. Incrível.
.
A gente fazia 50 metros (numa piscina curta, em que os tempos são mais baixos por causa do impulso na virada olímpica) em 28, 29 segundos. Eu fazia em 30, 32, porque o meu negócio era nadar costas e provas longas.
.
É com isso que a gente deve se admirar.
.
Ou você tem coragem de disputar um salto com vara?
.
Eu? Nem fodendo. Se aquela merda quebra, eu me estatelo no chão.

Onde enfiaram a vara?

SÃO PAULO (ui!) - Como país-piada, o Brasil é ouro em Pequim. Exclua-se o futebol feminino e o vôlei - de quadra e de praia, por que estes são batata - o resto é um retrato fiel do que é o esporte amador neste país de m*.
.
São os ginastas, que na hora H, amarelam. Erraram. O romeno lá, que é o melhor do mundo, também errou. Todos têm o direito de errar. Têm mesmo. "Ah, mas a equipe brasileira chegou na final". Chegou sim, pra ficar em sétimo. Chegar na final não é façanha alguma. Ganhar não é façanha. Façanha é vencer um Phelps, um Bolt, uma Isinbayeva. Façanha é destuir um recorde, é vencer uma prova com dores, sofrendo de uma contusão. Isso sim é façanha.
.
Ganhar não tem nada demais. Ninguém tem a obrigação. Não tem que se desculpar com o país. Se eu ganho uma medalha, ela é minha. Não é do país porcaria nenhuma, porque eu treinei, eu suei, eu fiquei que nem besta batendo de porta em porta atrás de patrocínio.
.
Em Atenas foi o padre maluco que tirou um ouro certo do Cordeiro de Lima na maratona. Agora, os chinos sumiram com a vara da Fabiana Murer. Uma tamanha sacanagem. Um azar do tamanho da China.
.
Um azar que só acontece com o Brasil.
.
Somos mesmo um bando de vira-latas.

quarta-feira, agosto 13, 2008

Nosso é uma ova!

SÃO PAULO (isso me irrita) - Pelo menos, a Olimpíada acontece de madrugada. Mas estava vendo ontem o glorioso 'Jornal Nacional', e me deparo com Fátima Bernardes a conversar com a equipe de ginástica olímpica (é olímpica, e não mais artística, como insistem em chamar) brasileira. A conversa se desenvolvia bem, quando ouço uma pergunta sobre expectativas de resultados para a "nossa" ginástica.
.
Porra, "nossa" é uma ova! Ou a gente lê, vê e ouve tanto sobre estes esportes quando não rola Olimpíada? Ou a gente ouve falar do "nosso" tiro ao alvo, do "nosso" handebol, do "nosso" atletismo, do "nosso" judô, da "nossa" esgrima? Nosso um cazzo. Os caras ralam, se matam atrás de patrocínio, vivem e treinam porcamente para conseguir realizar o sonho que é participar - veja só: participar. Não é ganhar uma medalha; é participar, só - de uma Olimpíada.
.
Aí vem um e diz que é tudo "nosso". Comunismo agora?
.
Enfim, é um momento de descarregar a raiva. Só isso.
.
Já me sinto bem melhor.

sexta-feira, agosto 08, 2008

Peões olímpicos

BARRETOS (08/08/08) - Que mané Olimpíada, que nada. Barretos já respira a Festa do Peão, que começa no dia 21. Cá estou, aproveitando o final de semana prolongado com a folga de sexta-feira para visitar sogro, sogra, cunhado, cunhada, co-cunhada e cu-cunhado. Relaxante pegar uma estradinha com Viviane, a Doce, ouvindo um Coldplay.
.
Vi um pouco da abertura dos Jogos Olímpicos. E pra ser sincero, não é dos eventos mais apreciados por este pobre, magro e carcomido escriba. Prefiro muito mais uma Copa do Mundo, uma guerra (pra cobrir, não prefiro que haja!), e claro, porque não sou trouxa e este é meu objetivo de vida, um Mundial de F-1.
.
Enquanto isso, curto com a turma do rodeio por aqui.

terça-feira, agosto 05, 2008

O primeiro de vários sonhos realizados




SÃO PAULO (CURITIBA-PR) - No comecinho de junho, realizei um dos muitos sonhos que tenho. Hão de imaginar vocês que são todos praticamente relacionados ao automobilismo. E são mesmo. Não sou um cara de grandes ambições ou aspirações e meus sonhos que não se relacionam com a minha profissão são uma vida tranquila, filhos com boa saúde e conforto suficiente para pagar a faculdade deles e ter uma casa grande pra caber todo mundo, além de manter a patroa sempre satisfeita, claro.
.
Mas eu ia dizendo que realizei um sonho. Preparava-me durante a semana para ir a Curitiba cobrir uma etapa da Porsche Cup, quando o amigo Pandini, assessor de imprensa da categoria, me avisa: "traz seu macacão". Beleza. Coisa ruim não haveria de ser. (Quando fico muito tempo sem guiar - meu carro não conta - costumo entrar no meu quartinho da bagunça e vestir meu macacão, só pra sentir o cheiro e me sentir piloto.)
.
Fomos pra Curitiba e chegamos perto das 11 horas de uma bela sexta-feira ensolarada e de 15 graus na capital paranaense. Mal cheguei e sou recepcionado pelo popular Panda: "O treino-livre tá acabando, Clebão. Assim que terminar, você vai andar com o Raul".
.
Era isso mesmo. Eu ia guiar um Porsche de corrida e meu instrutor seria Raul Boesel! Até liguei pro meu irmão pra contar, mas ele anda meio incrédulo com o que digo a ele: "Me chama quando você estiver dentro do carro ligando o motor, que aí eu vou acreditar". Vai esperando.
.
Macacões vestidos, devidamente apresentados ao carro, Raul me explica que dará duas voltas ao volante do 911 geração '996 S', me explicando a que marcha fazer cada curva, para depois eu assumir a bagaça para dar quatro voltas guiando.
.
Lindo, pensei.
.
A sensação de ir de carona num carro de corrida é legal, mas enjoativa. Primeiro porque você não está dirigindo. Segundo porque faz muito calor. Terceiro porque o estômago fica zuado. Muito zuado. Paramos e trocamos de lugar.
.
Dou a partida - a chave fica do lado esquerdo do volante, igual no Lada - e o carro morre. Ligo de novo e sinto que o pedal do acelerador é duro. Tento sair e (novidade) o carro morre. Ligo de novo, piso mais forte e consigo sair, porque já tava ficando feio.
.
Uma voltinha pra se acostumar com tudo. É um carro fácil, dócil: direção hidráulica e freios ABS, além do câmbio sequencial de 6 marchas e o motorzinho boxer de 390 cavalos roncando atrás. Era música.
.
Começo a pegar confiança, entrando na curva zero cada vez mais rápido. Na terceira volta, experimento olhar no velocímetro digital bem no final da reta, a 200 metros da primeira curva, e eu estava a 228 km/h. Aqueles carros, em condição de corrida, chegam ali a uns 235, 238 por hora. Nada mal. Eu via que tava bem quando o Raul entrava num leve desespero no banco do carona. Isso porque ao atingir essa velocidade, você tinha pouco mais de 100 metros pra frear, reduzir de sexta pra segunda marcha (num câmbio em H, fazendo punta-taco certinho e tudo), e fazer um S a 75 km/h.
.
Já estava completamente adaptado ao carro, freando no último instante, reduzindo as marchas corretamente - como é gostoso fazer punta-taco num Porsche! - guiando rápido, quando entro novamente na curva zero (que antecede a reta de chegada) e vejo o Raul me sinalizando:
.
- Era pra entrar nos boxes agora!
- Pô, mas você não me avisou!
- Beleza, entra na próxima.
.
E assim eu dei mais uma volta.
Uma delícia, em resumo. Não dá vontade de parar. Guiando rápido, você vai tão concentrado, sem medo, que parece que tudo está ao seu controle. Ali não tem mãe, pai, irmão, noiva (foi uma semana antes do casamento), é você, o carro e a pista. E aquele som maravilhoso roncando a cada cravada no pedal da direita.
.
É pra guardar pra sempre.
.
Meu irmão? Quando levei o vídeo, ele acreditou.