Eu escrevo e te conto o que eu vi

Um blog sobre tudo e sobre nada.

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Local: São Paulo, SP, Brazil

Um gajo deveras apaixonado pelo que faz. Jornalista, magro, pobre e feio. Tio da Carolina e da Gabriela, marido da Viviane. Repórter de esportes e motor, sãopaulino consciente, assessor de imprensa, fanático por automobilismo e esportes de aventura, e também freelancer, porque ninguém é de ferro.

sexta-feira, junho 29, 2007

Creco e as panquecas

SÃO PAULO (I'm so drunk that I wouldn't mind if you kill me) - Ontem fiz panquecas. "Supervisionado" pelo roomate Cleber, aquele jornalista alto e magro que tem um Polo, fala rápido e não sou eu. Supervisionado porque o cidadão estava com fome. E eu ali, me divertindo fazendo o molho, e tal.
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Na frigideira, ensaiei aquele movimento de jogar a massa pra cima pra ela virar e cair certinha do outro lado. Foi como aprender a andar de bicicleta. Deu aquele medinho. Quando foi, na primeira, comemorei.
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- Clebão! Vem ver!
- O que?
- Dá um bico!
(Faço o movimento e pimba! A panqueca cai corretamente na frigideira)
- Aôôô!!!
- Fera ou não?
- É uma figura mesmo.
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E sim. A panqueca ficou boa pra caralho.

quarta-feira, junho 27, 2007

Creco e os 3 cafés da manhã

SÃO PAULO (wake up and smell the coffee) - Ontem foi um dia pouco diferente em minha rotina. No meu trabalho, tive uma entrevista coletiva no Hotel Hilton, pela manhã. Como de costume, acordei, passei na padoca que tem no prédio, comprei dois pães franceses e os comi com manteiga Aviação (lembra?). Tomei dois copos de Nescau Pronto e fui pro Hilton.
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Aí, tinha uma mesa de café da manhã, no que devorei dois croissants - que na Argentina são conhecidas como media-lunas - com presunto parma. Começa a coletiva. O evento termina perto das 12h30, e na saída, uma mesa bem posta com ovos mexidos, bacon, salsichas no molho de tomate e batatas cozidas.
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Estava com fome. Ataquei com ímpeto e deliciei-me com duas pratadas de ovos mexidos com bacon. Foram os meus três cafés da manhã. Nem precisei almoçar. E jantei bem tarde. Ovo mexido, bacon, pão com manteiga Aviação, que é coisa o arco da velha. Agora é todo mundo com margarina light, sem sal, sem açúcar, sem gosto, sem vida.
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Às favas com o politicamente-ecologicamente-correto-que-faz-bem-para-a-saúde.
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Sustentado, concluo que meus breakfasts foram sim, saudáveis. Pode ser que não para o coração, mas para a alma...

terça-feira, junho 26, 2007

Moisés ou Galileu?

SÃO PAULO (aquele que viver, verá) - Desço para a padaria afim de comprar uma Coca Zero, que tem gosto de coca sem gás. Por isso gosto. Enfim, descia eu para a padoca quando me aparece um badabo - um mendigo - velho, barbudo e com um pedaço de cabo de vassoura na mão. Ele profetizava.
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"Essa temperatura cai desse jeito porque a Terra é redonda! A Terra é redonda! E gira em torno do Sol! O Sol é o centro do Universo, e não a Terra! A Terra é redonda, e não quadrada! Vocês vão ver, vocês vão ver!"
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Não sabia se encarava ali Galileu ou Moisés. Ou o quinto cavaleiro do apocalipse.
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Mas que a Terra é redonda, isso é.

segunda-feira, junho 25, 2007

Frases de impacto

SÃO PAULO (2 a 0 na Vila. Chupa!) - Quer assustar agluém? Gosta de causar impacto? Então, que tal dizer...
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Eu matei Odete Roitmann!
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Eu comi cebola, alho e tomei chá de boldo, e vou te beijar agora!
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O que é o matrix? Ora, escolha a pílula!
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Toma logo esse remédio, porra!
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É inoperável.
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É muito pequeno para satisfazê-la.
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A reação seria mais ou menos assim:
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quarta-feira, junho 20, 2007

McVida


- Nossas batatas fritas agora têm 50% menos gordura.
- Ótimo!

segunda-feira, junho 18, 2007

A vida sem Internet

SÃO PAULO (wait.wait.wait) - Fui forçado, na última sexta-feira, a um teste. A viver um dia comum sem internet. Estou acostumado a este recurso desde os 16 anos, nos idos do distante 1998, quando minha mãe reclamava que o telefone só dava ocupado e eu não saía do computador.
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Chego ao trabalho e vejo um cabo do poste caído. Algum caminhão desalmado passou à toda e arrancou. Resultado: a empresa onde trabalho ficou sem internet e sem telefone o dia todo.
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Mas foi fácil trabalhar sem internet, piece of cake. Começo o dia enviando 44 e-mails com as grades do canal para o qual eu presto serviço, para cerca de 800 endereços em todo o país. Como eu não tinha os endereços de todos os jornais que recebiam nossas grades, liguei no serviço de informação da Telefonica, que gentilmente e rapidamente me atendeu e foi muito eficiente ao passar todas as informações de que eu precisava. Inclusive o CEP!
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Com os endereços na mão e sem e-mail, foi simples: imprimi uma cópia da grade (2 páginas cada, coloridas), tirei mais 698 xerox coloridas e coloquei no correio. Antes, imprimi no Word os endereços dos jornais e revistas (e sites) que a moça - que fala corretamente, sem gerundismos - me concedeu.
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Algumas, claro, foram levadas pelo motoboy, e outras, enviadas via fax, cerca de 100. Rapidinho, fazer 100 ligações para pedir sinal de fax e fazer o envio.
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O aparelho de fax não teve a linha prejudicada, pelo menos.
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Sem o fax, eu não saberia como viver.

quinta-feira, junho 14, 2007

Os 10 mandamentos da Nascar


DAYTONA, digo, SÃO PAULO - Sensacional a matéria do Red Bulletin do GP dos Estados Unidos. O Red Bulletin, para quem não sabe, é o jornalzinho que a equipe Red Bull na Fórmula 1 distribui nos GPs. O conteúdo é sempre engraçado, zoando alguém ou alguma coisa. Geralmente, os países que sediam as corridas.
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A mais nova edição, da corrida nos Estados Unidos, os caras obviamente zoaram os norte-americanos com seu senso de geografia sensacional. E claro, a principal categoria yankee: a Nascar. Segue abaixo.
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"De onde vocês são? Ah, Inglaterra. É perto da Europa, né? Puxa, vocês falam bem inglês."
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"Vocês estão aqui para o GP? Que GP? F-1? Que campeonato é esse? Os Earnhardts pilotam lá?"
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10) O número de ocasiões numa corrida em que você entra numa confusão é proporcional ao número de vezes que você diz "hoje vai dar tudo certo";
9) Você só assume a liderança quando está prestes a reabastecer;
8) Se um pneu pode ser colocado de maneira errada, será;
7) Nenhuma peça quebrará nos testes, só nas corridas;
6) O piloto atrás de você é sempre aquele que você acertou na corrida passada;
5) A peça que você esqueceu na oficina é a única de que você vai precisar;
4) O número de voltas para o fim da prova é sempre um número a mais que as voltas que restam no seu tanque;
3) Seu carro bom baterá no treino, mas seu carro ruim chegará ao fim da prova, duas voltas atrás do líder;
2) O muro é mais duro exatamente nas pistas em que você bate;
1) Um engavetamento de dez carros nunca vai acontecer ATRÁS de você.
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Sensacional.

segunda-feira, junho 11, 2007

A Expotchê

BRASÍLIA (DF) - Esta vai para o manual "Como Fazer um Gaúcho de Dois Metros Chorar em Público". Sem porcaria nenhuma para fazer na capital federal, de cujo janelão debruçado para a safadeza nacional eu via o advogado do irmão de Lula cair em contradição, decidimos eu, Nei Tessari e Rafael Durante (é Durante mesmo, e não Duarte) dar umas "bandas" por Brasília.
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Caímos no Parque da Cidade (lembrei da música "Eduardo e Mônica", tem alguma menção lá), onde era realizada a Expotchê, uma feira enorme organizada por gaúchos e com produtos gaúchos.
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Durante, que durante a estadia só quis saber de ver jaquetas de couro e comer doces, parou em um estande para perguntar preços e foi atendido por um gaúcho que mais parecia um argentino: cavanhaque, cabeludo (com bandana), meio gordo e bem alto.
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No que, com saudades da cerveja Polar, do Rio Grande do Sul, atrevo-me a perguntar para o cara:
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- Amigo, como esta é uma feira gaúcha, aqui tem Polar?
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Ele tira a bandana (achei que fosse me bater), olha para baixo, com ar desolado, no que lhe rola uma lágrima:
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- Pô, cara. Agora me pegaste. Aqui não tem. Eu só passo dois meses por ano em Porto Alegre, mas dá uma saudade! Sempre que estou lá eu só tomo a Polar, cara. É a melhor cerveja que existe! Non export!
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O "non export" dele foi quase aos soluços.
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Agradecemos e fomos tomar uma Brahma.

sábado, junho 09, 2007

Viagem de coincidências

BRASÍLIA (DF) - Da janela do quarto de hotel onde me encontro, de cujo varandão debruçado sobre a ignorância nacional vejo hipócritas politicamente corretos a declamarem contra Chávez e irmão trocando de apelidos, escrevo da Capital Federal. O lugar com o ar mais seco que já respirei na vida.
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Mas começam as coincidências. Há um ano, vim pra cá de Varig. Assento 20L. Janela, ao lado direito, quase no fim do Boeing 737-400. Ontem, vim de Varig num 737-400. O assento? 20L. Creepy!
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Chego e corro pro autódromo. Ligo pro meu amigo Luciano, pra saber como estão as coisas:
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- Fala gordo, onde estás, criatura?
- Ah, tô no aeroporto de Brasília.
- QUÊ??
- Brasília, porra.
- Caralho, eu ACABEI de sair do aeroporto aí, bicho!
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Não ia pagar 40 mangos pra voltar lá. Infelizmente.
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Chego ao hotel. Reconheço os lugares, as escadas, os tapetes e a obra em frente. É o mesmo hotel onde passei a noite onze anos atrás, na minha viagem de formatura da oitava série.
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Então você me diria: e daí?
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E eu mudaria de assunto.

terça-feira, junho 05, 2007

O Divórcio. Em 2 atos.

OBSERVAÇÃO: QUALQUER SEMELHANÇA COM FATOS, PERSONAGENS, LUGARES E DATAS É MERA COINCIDÊNCIA
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1º ato.
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Dividiram um belo sobrado por seis meses. Até que uma polpuda proposta de trabalho o fizesse mudar de cidade. Assim, cada um foi para seu lado. O outro arrumou um apartamento em um bom local, com outro amigo.
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Duas semanas depois, antigos companheiros se encontram para acertar alguns documentos, transferências de TV a cabo, telefone, et cetera.
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- Pô, casa legal, cara!
- Massa, né?
- Legal. Gostei.
- Ow, tenho que te devolver os garfos e as conchas da cozinha que a minha mãe empacotou achando que eram meus.
- Não, nem esquenta. Já arrumei outro.
- Bom, beleza.
- E o cachorro, já se adaptou?
- Ah, tá mijando em tudo que é canto, mas logo acostuma.
- É, tem mais espaço pra ele.
- É.
- Mas muito legal aqui.
- Viu, ficou um CD meu dentro do seu som. Depois você tira pra mim?
- Tranquilo.
- Boa, garoto. Valeu.
- Mó estranho, né?
- O que?
- Porra, parece partilha de bens de um divórcio.
- Hahahaha. Puto.
- Comédia.
- Tô acostumado. A diferença é que é o primeiro com homem.
- Sem consumação, pelo menos.
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2º ato.
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Amigos de longa data passam a dividir apartamento. Sofrem com a confusão dos vizinhos e colegas de trabalho, pois são xarás, têm a mesma profissão, altura, peso, problemas judiciais, ex-patrões e, como se não bastasse, problemas de dicção.
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- Mas você também, hein!
- O quê, meu?
- Pô, fica falando aí de como era quando você morava na outra casa.
- Que que tem?
- Parece aqueles caras que ficam falando da ex-mulher.
- Você que fica falando das minhas ex-mulheres. Coisa chata, bicho!
- É, mas o bonitinho fica lembrando aí. "Quando morava com o fulano, era assim, era assado".
- Te foder! Tá com ciuminho, biba?
- Tô falando sério, amiguinho. Abre o olho!
- De novo: Te foder!
- Aqui o bicho pega, malandro.
- Pelo menos o outro era organizado. Porra, você deixou a jaqueta pendurada na porta do meu guarda-roupa!
- Você tem o quarto maior!...
- Você tem a garagem coberta, seu puto!
- Mas meu quarto é um cubículo!
- Mas minha garagem é longe pra caralho!
- Enfim.
- Enfim.
- Brahma ou Skol?
- Eu vou de Brahma.
- E eu de Skol.
- Boa.
- Saúde!
- Saúde.