Eu escrevo e te conto o que eu vi

Um blog sobre tudo e sobre nada.

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Local: São Paulo, SP, Brazil

Um gajo deveras apaixonado pelo que faz. Jornalista, magro, pobre e feio. Tio da Carolina e da Gabriela, marido da Viviane. Repórter de esportes e motor, sãopaulino consciente, assessor de imprensa, fanático por automobilismo e esportes de aventura, e também freelancer, porque ninguém é de ferro.

quinta-feira, dezembro 27, 2007

Em 2007, eu aprendi...

AMERICANA (fecham-se as cortinas) - 2007 foi um ano muito bom. Mudei de vida no fim de 2006, de cidade, de casa e de trabalho. E 2007 foi a continuidade de um desenvolvimento que eu só adquiriria em cinco anos se tivesse continuado por aqui onde agora passo um período breve de descanso.
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2007 foi um ano de muito aprendizado e passos gigantescos. Marquei meu casamento, vi outras pessoas queridas se casando... Reafirmei amizades, desfiz outras. Aprendi a dizer 'não' com mais frequência, a ser um pouco mais turrão. A não deixar pra trás coisas que normalmente eu deixaria, de ficar puto e falar na cara, de não levar mais desaforo pra casa.
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Em 2007, quem diria, eu engordei 9 quilos.
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Em 2007 eu fiquei duas semanas desempregado. Tive pai e mãe no pé implorando pra eu voltar e abdicar do meu sonho que é o jornalismo. Tive paciência, perseverei, arrumei um trampo que adoro - o salário há de melhorar -, fiz viagens, conheci pessoas, fiz contatos, tornei-me mais respeitado e conhecido no meu meio. Escrevi, escrevi, e escrevi.
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Tornei-me um jornalista muito mais preparado. Aprendi, enfim, todos os meandros da assessoria de imprensa. Pedi conselhos, fui vítima de fofocas, aprendi a desconfiar de certas pessoas. Aprendi a fazer strogonoff, panquecas e outras guloseimas. Aprendi a cuidar da casa.
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O São Paulo foi campeão, o Corinthians foi rebaixado e acabou a CPMF. Que mais eu ia querer?
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Ah, 2007 foi bom pra caramba. Aprendi bastante.

segunda-feira, dezembro 24, 2007

'caba não, Barretão!

BARRETOS (and so this is Christmas...) - Natal, tempo de revelar amigo secreto, comer peru e tomar sidra cereser. Uma alegria só, um calorão só. Sogrinha cortou as jubas deste que vos fala. Agora, num tamanho recruta da tropa de elite. E claro, o rango. Ah, o rango. Vou voltar pra São Paulo pesando 90 quilos.
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E tenho dito.

quinta-feira, dezembro 20, 2007

Papai Noel, não enche o saco!

AMERICANA (perdido, perdido) - De férias na casa da Mama. Deslocadaço, perdido, sem nada pra fazer. Andar de bicicleta pra cá, piscina pra lá. Mas o que eu mais faço é comer e ver TV. Ah, e outro problema no carro, pro papai noel do mecânico ficar contente e esvaziar o meu saco. Sobrinhas ganharam presente, uma adorou; a outra ainda tá começando a rir, então não dá pra gente saber se tá gostando ou não. Bom, pelo menos não chorou. Então ficou tudo igual pra ela.
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Amanhã vou a Barretos. De lá farei uma retrospectiva.

terça-feira, dezembro 18, 2007

Querido professor

SÃO PAULO (tonight, I'm a rock'n roll star) - Notícia da agência Ansa, reproduzida no UOL e que reproduzo aqui. Vocalista do Oasis dá aulas de música na escola dos filhos. Liam Gallagher, um professor nada ortodoxo. "Segundo o tablóide inglês "The Sun", o roqueiro de 35 anos costuma dar aulas de música na escola de seus filhos Lennon e Gene para que os alunos aprendam a tocar instrumentos. Além disso, o cantor também costuma ensinar as crianças a jogar bola no recreio".
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E o que eu já imaginava: "O 'The Sun' ressaltou que alguns dos alunos começaram a dizer palavrões desde que Gallagher começou a lhes ensinar música, supostamente porque imitam os modismos do cantor de Manchester".
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Agora imagina como esse cara deve dar uma nota numa prova. "F. You're the worst fucking student at this shitting school. Get your ass to work and improve, you motherfucker".
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Eu queria ter tido um professor desses.

Merda de cidade


SÃO PAULO (vambora, vambora, tá na hora, vambora) - Domingo à noite. Vamos à rodoviária do Tietê levar meu primo embora. Voltando pra casa, por volta de 22h30. Um trânsito inacreditável na 23 de Maio e na 9 de Julho. Porra, DOMINGO À NOITE! Parecia trânsito de sexta-feira às 19 horas!
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O que tá acontecendo com essa merda de cidade?
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Na segunda, ouço no rádio: "130 quilômetros de congestionamento na cidade por volta das 9 horas desta segunda-feira na Capital". Cleber, jornalista alto, magro, fala rápido, tem um Polo e não sou eu, exclama: "Você não tem consciência mesmo. Oito milhões de paulistanos engarrafados nas ruas da cidade e você aqui, trabalhando em casa".
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Realmente, eu não tenho coração.

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Recordar é viver

SÃO PAULO (something to remember me by) - Textinho velho, de maio de 2006, de quando eu estava sozinho, não tinha Viviane, a Doce, e trabalhava no Liberal. Hoje que fui me dar conta desse texto. É uma oração ao padim Ciço. Pedindo uma namorada. E não é que véio caprichou? Não me deu só uma namorada, mas me arrumou uma esposa (atualmente noiva)... Bom, abaixo segue o texto da ocasião. Divirtam-se.
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Quarta-feira, Maio 10, 2006
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Valha-me, 'Padim Ciço'
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SANTA BÁRBARA (acabou o café. E agora?) - Olha, nem católico eu sou, mas vou fazer esse apelo, por sua popularidade e eficiência. Padim Ciço, dá um toque pra Santo Antônio, que a coisa tá feia. Não sou súdito, mas venho como teus adoradores lá do norte, na simplicidade do desespero de causa.
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Tudo bem que eu sou emocionalmente instável, tenho um geniozinho ruim, sou arrogante às vezes, minha sinceridade me atrapalha e justifico qualquer fracasso com meu complexo adolescente de patinho feio. Que eu sou exigente demais, que acho defeitos demais (e muitas vezes não olho para os meus) e depois a culpa me consome as entranhas.
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Mas veja bem, padim Ciço: sou educado, trabalhador, esforçado, dedicado, razoavelmente bonitinho (ao menos, esguio, que fica bem num terno), abro a porta do carro, sou gentil, gosto de fazer uma surpresa, sou carinhoso. E muitas vezes, carente. Carente até a morte.
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Eu queria muito, padim Ciço, que o senhor já fosse se organizando para me dar de aniversário (esqueça 12 de junho, mentalize 6 de novembro, que ainda dá tempo pra eu me reformar) uma paixãozinha que seja. Um flerte que acabe em um beijo bem bobo, bem devagar, com os olhos fechados e virando em suspiros, um primeiro toque acidental entre-aspas, uma surpresa de identificaçao na intenção do olhar.
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Não se incomode agora, padim, só estou lhe avisando com antecedência para o senhor já ir manipulando o destino e as fatalidades do amor de modo a cruzar as linhas necessárias para o encontro. Porque, afinal, meu aniversário está longe e primeiro preciso passar incólume pelo meu inferno astral.
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Não, não. Pensando bem e já caindo em contradição, seria melhor antes. O inverno está aí e sempre me vem aquele trecho da música que diz "quero que você me aqueça nesse inverno, e que tudo mais vá pro inferno". Eu quero um sábado à noite sossegado, ver filme, comer chocolate e pipoca tomando Coca-Cola, num colchão jogado no chão da sala e bem abrigado por um abraço gostoso, um colo quente e um edredon macio. Bem idiota, bem previsível, bem simples.
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Só que pelo amor do teu Chefe: faça um trabalho bem feito. O senhor tem sido muito meia-boca comigo ultimamente e eu acho isso uma vergonha para uma divindade da sua estatura. Ou me faça uma boa surpresa ou nem se atreva a me mandar cupidinho incompetente, burro ou mal-intencionado fazer o serviço que o senhor faz muito melhor.
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Quero voltar a cantar no chuveiro, mimar alguém com prazer, fazer e receber massagem nos pés. Porque Nietzche já disse: "Odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia". Padim, me quebra essa.
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Fico te devendo uma, meu véio.

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Morte na pista


SÃO PAULO (...) - Cedo ou tarde, aconteceria. Automobilismo é dessas coisas, vez ou outra. Ontem, morreu um piloto num acidente horroroso na Stock Light. A gente ali, no autódromo, na sala de imprensa vendo e revendo as imagens, torcendo para que nada de tão grave tivesse acontecido com os pilotos envolvidos.
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Mas quando vimos alguns fotógrafos que estavam no local entrarem na sala de imprensa com os olhos vermelhos, o silêncio se abateu no autódromo. Um lugar barulhento, de gente falando alto, motores roncando, música, locutores. Tudo parou em Interlagos.
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Não consegui chorar. Toda vez que entro num autódromo para um fim de semana de trabalho, passa pela minha cabeça a possibilidade de alguém se machucar seriamente, ou até mesmo morrer. Ao passar pelo portão, todos os dias de um final de semana de corrida, faço a minha oração pra que haja uma disputa limpa e que ninguém se machuque, que as ambulâncias não precisem ser usadas.
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Mesmo tendo essa consciência, a morte choca. Rafael Sperafico só tinha 27 anos. Uma morte besta, uma batida que todo piloto teme. O choque em T, quando outro piloto atinge o carro de frente, num ângulo de 90 graus, é dos mais complicados. Carro de corrida não foi feito pra receber choque lateral. O outro piloto que bateu, Renato Russo, é parceiro. Bebemos umas (eu, cerveja; ele, guaraná) num bar em Santa Cruz do Sul e trocamos muita idéia. Também sofreu ferimentos, mas está fora de perigo, graças a Deus.
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A morte de alguém ali, no mesmo local em que você desempenha seu trabalho, baqueia. Faz você parar e pensar: "eu trabalho num negócio em que de vez em quando pessoas morrem". É assim mesmo. Pode-se morrer jogando futebol, apitando um jogo de tênis, caindo de um cavalo. Uma fatalidade estúpida, que poderia ter sido evitada, mas é como uma queda de avião: é um conjunto de fatores. Não há culpados. Há melhorias a serem feitas. Assim todos aprendemos.
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Que fique o luto e a lição, pois.

quinta-feira, dezembro 06, 2007

Super Size Me




SÃO PAULO (sem miolo de pão) - Creco em São Paulo, um ano e nove quilos depois. Justo eu, que na época da faculdade jantava três vezes por dia (antes de pegar o ônibus, no intervalo da aula e quando voltava pra casa) e reclamava que não conseguia ganhar peso.
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Eu, que no café da manhã batia leite com toddy, bolacha maria, farinha láctea, sustagen e mucilon; que tomou massa, albumina e creatina quando malhava para ganhar massa muscular (fato que consegui no ano passado... 10 quilos a mais, 12% de gordura no corpo, tava um tesão). Comia um saco de bisnaguinha e um pacote de ruffles cebola e salsa ao mesmo tempo e se orgulhava de tirar a gordura da carne.
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Que não gostava de cerveja (até a faculdade, porque depois, só Brahma e Stella Atrois), que quando nadava tinha 16 anos, 1,87 de altura e pesava 62 quilos. Sem camisa, só vinha o tanquinho, o nariz e o aparelho fixo na boca. Que saiu de Americana medindo 1,92 metro e pesava 76 quilinhos.
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Que chegou em São Paulo pra trabalhar em casa, na internet e no nextel. E fazer a própria comida. Italiano chegado numa massa, que curte um feijão preto, faz os molhos mais malucos inimagináveis com cerveja preta e creme de cebola. Dos sensacionais strogonoffs, das panquecas... Do café da manhã com nescau pronto (de litro) e DOIS pães com Manteiga Aviação (porque se é pra entupir, que se entupa direito), dos ovos mexidos, os omeletes deliciosos.
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Vejam... 85 quilos e exercícios só pra descer a escada quando o elevador está em manutenção.
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O fato é: minha comida é boa pra cacete.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Uma boa SEGUNDONA pra você!


SÃO PAULO (eu disse SÃO PAULO!) - Ainda não parei de rir. Que momento mágico. Que dia mais feliz! É mais legal do que ver a Argentina perder. Muito bom ver meu time conquistar mais um título - e passar à frente do que também tinha quatro - e ver o mesmo que tinha quatro ser rebaixado à SEGUNDA DIVISÃO.
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E os dirigentes ainda têm coragem de reclamar da arbitragem! Aqui se faz, aqui se paga. Agora também falam mal da antiga parceria. Mas quando foram campeões - num jogo roubado - ninguém falou nada. NADA!
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Uma boa SEGUNDONA pra você, que eu vou tentar parar de rir.