Eu escrevo e te conto o que eu vi

Um blog sobre tudo e sobre nada.

Minha foto
Nome:
Local: São Paulo, SP, Brazil

Um gajo deveras apaixonado pelo que faz. Jornalista, magro, pobre e feio. Tio da Carolina e da Gabriela, marido da Viviane. Repórter de esportes e motor, sãopaulino consciente, assessor de imprensa, fanático por automobilismo e esportes de aventura, e também freelancer, porque ninguém é de ferro.

sábado, junho 26, 2010

Espanha (2)

VALÊNCIA, ESPANHA, 24 de junho de 2010.
(A primeira a gente nunca esquece)
.
Quando soube que iria à Suécia, a primeira coisa que fiz foi checar o calendário da Fórmula 1 para ver se haveria corrida na Europa em uma data próxima. E tinha: 27 de junho, GP da Europa, no circuito de rua de Valência, na Espanha. Com as folgas programadas e uma credencial conseguida com a Virgin, equipe pela qual corre o Lucas Di Grassi, para quem faço assessoria de imprensa, era só dar um jeito de chegar. E consegui.
.
Na manhã de quinta-feira, foi só encontrar o piloto no portão de estacionamento e pronto, entrei. No que me entregaram a credencial - minha primeira para um Grande Prêmio de Fórmula 1 - fiz esta foto acima. Para a posteridade. Eu só não podia mostrar o sorriso, senão seria mico no meio de tanta gente por ali. Até tirei a foto meio disfarçado, mas por dentro eu pulava.
.
O motorhome da Virgin é um dos mais acanhados (não tem ar condicionado, mas tem ventiladores e uma deliciosa brisa vinda do Mediterrâneo, bem de frente), mas a comida é boa. Fui bem recebido e está sendo uma experiência valiosíssima.
.
Espero que este seja o primeiro de muitos.

Espanha (1)

VALÊNCIA, ESPANHA, 23 de junho de 2010.
(Viagem interminável)
.
A noite anterior foi de arrumação de malas para ir à Espanha. Voando de companhia de baixo custo, se você despacha mala, paga o dobro do valor. Então, o negócio era fazer caber um laptop e roupas para quatro dias em uma mochila e fazê-la pesar apenas dez quilos. Um desafio e tanto. Bom, coube tudo.
.
O dia começou bem cedo, às 7 horas. Um rápido café e uma caminhada de mais ou menos um quilômetro pela bela cidadezinha de Chatou (com uma mochila de dez quilos nas costas), rumo à estação RER A (a CPTM de Paris). Uns 20 minutos, e desço na estação Charles de Gaulle-Ètoile (lê-se "Charle de Gôle-Etoale"), para pegar o metrô rumo a Port Maillot.
.
Dez minutinhos, pimba. Cheguei. De lá, vou até um local onde paguei 15 euros para que um ônibus me levasse até Beauvais (lê-se "Bové"). Viagenzinha longa: uma hora de bumba (como que ir de São Paulo a Campinas) para chegar no aeroporto onde as companhias Low Cost operam.
.
E no avião é uma zona. Não há assentos demarcados - e nem reclináveis. Paguei 5 euros pelo que pensei ser uma pizza - era nada mais que uma bruschetta um pouco maior, e de pepperone. O vôo atrasou uma hora pra sair, o que começou a me deixar preocupado.
.
Decolou, beleza. Fiquei no corredor e caí na besteira de tomar um suco de laranja. Suco de laranja na Europa é a maior fria. É horrível. Acho que fazem o suco só com a casca da laranja, e você fica com aquele gostinho de cangambá no céu da boca. Suco de ressaca.
.
Cheguei em Madri - não sem antes enfrentar uma bela turbulência na parte final do vôo, o que estranhei, porque estava, como dizem os pilotos, um céu de brigadeiro - e tinha que ir para a rodoviária, onde eu pegaria o ônibus para Valência - mais quatro horinhas de viagem.
.
Fui pesquisar. De metrô, custava 3 euros, mas levava 40 minutos. De táxi, levava 10, mas custava 30 euros. Uma outra empresa dentro do aeroporto levava de van por 20 euros, nos mesmos dez minutos. E como eu tinha que chegar à rodoviária em no máximo meia hora, foi a minha opção.
.
Cheguei somente a tempo de comprar uma garrafa d'água e embarcar. Às 21h10, já estava em Valência, fora do ônibus. Mais 10 euros e um táxi me levou até a região do circuito que neste final de semana recebe a Fórmula 1. Fui até a praia, comi uma bela pizza de 12 euros de frente pro Mediterrâneo, achei um albergue por 48 euros a noite com internet grátis (e das boas!) e lá passei a noite.
.
Foi o dia em que acordei no horário europeu e fui dormir no brasileiro... Punk.
.
Mas tudo vale a pena, quando a alma não é pequena, dizia o poeta.

terça-feira, junho 22, 2010

França (4)





PARIS, FRANÇA, 18 de junho de 2010.
(Não é pra qualquer um...)
.
Qual não foi a minha surpresa ao sair do metrô que leva à Torre Eiffel, e ver que existe aqui uma avenida chamada Kléber? Com esse charmoso café na esquina!
.
Jean-Baptiste Kléber foi comandante do exército de Napoleão e morreu assassinado em 1800. E como francês adooooooora essas coisas ligadas a Napoleão (o Narciso deles), nomes como este viram nome de avenida, de praça, de café...
.
No café fui reclamar com o gerente.
.
Monsieur, Kléber est écrit en C, porra!

França (3)








PARIS, FRANÇA, 18 de junho de 2010.
(direto de La Maison de la Radio em Paris, França, para os estúdios em São Paulo, Brasil)
.
Pra quem gosta de carro, a Champs Élysée é um prato cheio. Tem uma loja da Peugeot que é um desbunde (a câmera tava sem bateria). Na Citroën, tava esse carro de rali que o Loëb foi campeão não sei quantas vezes. Ainda tinha um simulador de consumo de combustível - desnecessário dizer que meu desempenho como ecologista no trânsito foi um fracasso retumbante, porque eu queria era acelerar (onde já se viu, ter que andar devagar no videogame?).
.
Na Renault, um novo... GORDINI! Bonitinho, o bicho. Mas do que eu gostei mesmo na loja foi o R30, carro da equipe nesta temporada da Fórmula 1. Bonito de se ver de perto (se bem que vou ver de novo no final de semana, e em ação). Aliás, comprei um chaveirinho que me custou doloridos 12 euros, mas é show de bola: uma réplica do volante do carro de F1.
.
Aí, andando perto do Louvre, eis que me encontro na Place de La Concorde. Ali, no número 8 deste endereço, encontra-se a Federation Internationale de l'Automobile, que traduzimos erroneamente como Federação Internacional de Automobilismo (é do Automóvel, na verdade), a FIA. Claro que fiz questão de tirar a foto que abre este post.
.
É tão inusitado, que um funcionário que entrava por ali perguntou se eu tinha certeza que era lá que eu queria tirar foto...

França (2)








PARIS, FRANÇA, 18 a 20 de junho de 2008.
(Pernas pra que te quero)
.
Foi o dia que mais andei. Arco do Triunfo, Torre Eiffel, Museu do Louvre... Uau. No esquema mochileiro em que me encontro, evitei gastar 9 euros para entrar no Louvre (e enfrentar uma fila GIGANTESCA). Então, ficou só nas fotos mesmo. Um dia eu volto, e aí eu trago Viviane - A Doce, pra cá comigo. Promessa é dívida.
.
Dicas preciosas pra quem não fala um 'a' de francês. Nunca chegue em alguém direto perguntando em inglês. Francês odeia isso. Como diz um amigo do trabalho, francês é o equivalente ao argentino na Europa. Então, o negócio é chegar no Bonjour madame (ou monsieur), vous parlez anglais?, e aí beleza. Porque se chegar no Excuse me, sir (ou miss), esquece. O cidadão simplesmente vira as costas e vaza.
.
Mas o melhor de tudo é o Je ne parle pa français (eu não falo francês). Um monte de gente vem até você, ou oferencendo alguma porcaria, ou pedindo esmola, e você solta essa. Mas quando alguém vem te pedir informação em inglês, é um alívio poder falar com alguém.

França (1)


PARIS, FRANÇA, de 16 e 17 de junho de 2010.
(Je ne parle pas français, madame)
.
Uau. Sempre quis conhecer Paris, mas quando você chega a um lugar como esse, você custa a acreditar. Hospedado pela minha professora de francês lá de Americana, estou em uma cidadezinha de 20 mil habitantes chamada Chatou (lê-se Chatú), a dez minutos de Paris. Tem estação de trem por perto, então tudo fica mais fácil.
.
Cheguei e no dia seguinte fui fazer o passeio. Já saí da estação de trem subindo as escadas e dando de cara com o Arco do Triunfo. Por mais que você tenha visto em foto, em filme, quando você dá de cara com essas coisas é realmente algo impressionante.
.
Um bom passeio pela Champs Élysée, umas muambinhas básicas, e outro trem, para a Torre Eiffel... Que lugar é isso aqui. Que lugar...

sexta-feira, junho 18, 2010

Suécia (4)




Itálico
GOTEMBURGO, SUÉCIA, 15 de junho de 2010.
(Just drive, baby)
.
Terceiro dia na Suécia, e era para ser o mais legal. Mas pelo menos pela manhã, não foi. Fomos todos a um campo de provas (na verdade, uma pedreira) para testar caminhões de diferentes tamanhos com transmissão automática. Legal.
.
Só que antes tinha a explicação, a teoria. No maldito PowerPoint. Ah, Microsoft, como tem horas que te odeio...
.
A parte teórica era sobre os diferentes tipos de câmbio, ministrada por um sueco careca de 2,20m de altura, e que começava toda frase com um "Eeeeeeeee...". Nesse momento, descobri a razão das altas taxas de suicídio nos países nórdicos.
.
Aí vinham as perguntas - maioria desnecessária - que levavam a outros assuntos não relacionados. Quase caí de cara na mesa, de sono. Então decidi pegar meu caderno de anotações e escrever este texto. Deus do céu, um dia lindo lá fora, e eu tenho que ficar aqui? Booooooring!
.
Eu só queria dirigir um pouco, damn it!
.
No fim das contas, foi muito legal. Foi a primeira vez em 28 anos e uns bons meses que eu dirigi um caminhão. Onde meu pai trabalha tem uns 10, e eu nunca guiei. Sempre tem uma primeira vez, né? Na Suécia, de caminhão automático.
.
Que coisa.

Suécia (3)

GOTEMBURGO, SUÉCIA, 14 de junho de 2010.
(That's what I am here for - É pra isso que estou aqui)
.
A razão da viagem de 11 mil quilômetros até a Suécia é uma apresentação sobre o que já foi feito e o que está planejado para o segundo semestre com um cliente nosso, líder mundial na produção de transmissões automáticas para veículos pesados - ônibus e caminhões, principalmente.
.
Não sou do tipo de gente que gosta de ficar à frente falando para um monte de pessoas que te olham com cara de quem está interessado - mas na verdade não está. Ainda mais falando em inglês.
.
Para isso, passamos a semana anterior trabalhando nos slides. A intenção não era ser a melhor apresentação - nem era essa a idéia da convenção -, mas era de que estivesse de acordo com o que o cliente queria. Fui o quinto a ir à frente. E no dia da viagem, Viviane - A Doce, já deixou separada a roupa que eu deveria usar na apresentação: calça jeans escura, cinto claro, tênis baixo e claro, camisa branca listrada e um blazer-esporte marrom. Ficou melhor do que imaginei.
.
Abri a apresentação com uma piada (inicie sempre com uma piada leve), todos riram, a sessão foi muito boa e acho que minha esposa deveria iniciar a carreira de consultora de moda.
.
Ela é foda.

Suécia (2)





GOTEMBURGO, SUÉCIA, 13 de junho de 2010.
(Que puta lugar bonito)
.
Chegou o dia da viagem, e eu carregando uma bela mala de 22 quilos. Doze horas de viagem até Paris, na primeira (e única) escala até a Suécia. Chegamos no Charles de Gaulle (leia fazendo biquinho: Charle de Gôle) no Terminal 2B e corremos (pacas) até o Terminal 2G, lá na casa do carralhô, para pegar o vôo para Gotemburgo.
.
Dado curioso: entre os filmes disponíveis no vôo, estavam Le Mans e Bullet, de Steve McQueen. Desnecessário dizer que pouco dormi durante a viagem para ver as duas obras.
.
Dado curioso 1: pela primeira vez na vida eu voei em um avião fabricado pela Embraer. E não foi da Azul, não. Foi Air France. Da França à Suécia. Que coisa, não?
.
Dado curioso 2: a Air France esqueceu minha estimada mala de 22 quilos em algum canto do Charles de Gaulle. E foi também a primeira vez que isso me aconteceu. Chego em Gotemburgo e cadê a mala? Mas país desenvolvido é outra coisa. Fui no Bagage Claim, dei meu nome e o endereço do hotel. A loura (quem lá não é?) de seus bons 50 e tantos anos disse onde estava a mala e que às 23 horas ela estaria no meu hotel. Hotel 4 estrelas, diga-se. E não é que às 23 horas a bendita mala estava lá?
.
Dado curioso 3: O hotel (cujo nome mais parece um teste de visão, daqueles que a gente vê no consultório do oftalmologista) é o mesmo que hospedou a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1958. Disse-me o atendente - e me mostrou um jornal da data - que o antigo hotel foi derrubado para a construção deste mais novo. Mas o local é o mesmo, à beira de um belíssimo lago.
.
Quarto pequeno, mas aconchegante. O hotel, como disse, fica no entorno de um lago gigantesco e de uma antiga estação de esqui - pois não neva mais o suficiente, mas o lago congela e é possível passear por ele de carro. O verão aqui não passa dos 25 graus. Mas o inverno chega nisso, negativo. Lindo lugar.
.
Espanta o fato de o pôr-do-sol acontecer perto das 22 horas, como na foto do início deste post. E no verão não chega a escurecer completamente à noite. Mesmo de madrugada, o sol já está posto, mas ainda resta alguma claridade.
.
Para encerrar o dia, a arrumadeira do quarto me informou na manhã seguinte que eu deveria jogar o papel higiênico no próprio vaso sanitário. Vai ver ela não gostou muito de ter feito a limpeza no banheiro do 620, já que usei o banheiro umas cinco vezes. Em um só dia...

Suécia (1)


GOTEMBURGO, SUÉCIA, 13 de junho de 2010
(O último lugar na Terra em que pensei que pisaria)
.
Depois de todo o tenso e intenso trabalho na corrida da Fórmula Indy em março, o ritmo diminuiu bastante, assim como as viagens. Em relação ao ano passado, deixamos a GT3 e na Stock Car ficamos com apenas dois pilotos para nos focarmos em outros projetos. Então, as viagens de 15 em 15 dias acabaram, para o delírio de Viviane - A Doce.
.
A primeira do ano aconteceu em maio - e para Avaré (onde você pode conferir alguns posts abaixo), onde fomos fazer um rali. Foi bom, já que puseram um Mitsubishi L200 Outdoor na minha mão. Um dia antes, porém, Rodolpho - The Boss, me liga:
.
- Pode ser que você tenha que viajar no dia 12.
- Beleza. Pra onde?
- Pra Suécia.
.
No dia seguinte, a passagem foi confirmada. Uau.
.
A Suécia era um dos últimos lugares em que pensei que fosse pisar. E durante a Copa do Mundo, a recomendação lá na agência em que trabalho era de que organizássemos um esquema para que todos tirassem as folgas pendentes. E foi o que meu chefe me sugeriu. Ótimo. Mochilão na Europa, pois. Com o apoio de alguns amigos, pois assim não precisei recorrer a hotéis ou albergues.
.
O plano inicial era: São Paulo-Gotemburgo, Gotemburgo-Paris, Paris-Londres, Londres-Valência, para o Grande Prêmio da Europa de Fórmula 1, com credencial e tudo.

Textos Atrasados

Bom, estou fora há alguns dias. Então, vou atualizar a experiência que tenho vivido na última semana, com fotos, coisa e tal. Vou colocar tudo no mesmo dia, mas são datas diferentes, lugares diferentes.
.
Vamos lá.

segunda-feira, junho 07, 2010

2 anos


SÃO PAULO (como passa rápido) - Hoje, 7 de junho de 2010, completam-se dois anos do elace matrimonial entre este pobre, mago, mequetrefe e feliz escriba, e esta moça linda aí da foto, Viviane - A Doce. E apesar das piadas de casado que ouço todos os dias aqui no trampo - e confesso, também faço várias - é uma vida da qual gosto muito. Aprendi muito, principalmente no quesito dividir. Aliás, você desenvolve excelentes habilidades de negociador - minhas corridas de kart que o digam.
.
Mas você aprende. Você passa a saber como falar as coisas, e principalmente a ouvir. Se você teve um dia excelente, e sua esposa não, primeiro ouça o que ela tem a dizer. E só diga como foi o seu dia quando o dela também for. Ouça, elogie, estimule, elogie, negocie, elogie. Ah, e elogie.
.
A vida a dois não é fácil, mas é compensadora. É a base para uma família. Tem briga? Tem. Tem discussão? Tem também. Tem esporro? Desses eu levo aos montes! Mas não tenho do que reclamar. O dia dela começa com o despertador tocando às 6h40, e automaticamente, o meu também se obriga a começar junto - no começo chateia, mas depois passa. Porque aí tem que aproveitar e dar uma passeada com o cachorro enquanto a patroa vai trabalhar.
.
Mas mesmo meio baleado de sono, quando ela vem me beijar antes de sair de casa, faço questão de olhá-la para dizer: você está linda.
.
Afinal, não há nada melhor do que acordar e ter como primeira visão do dia esse sorriso e esse par de olhinhos.