Eu escrevo e te conto o que eu vi

Um blog sobre tudo e sobre nada.

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Local: São Paulo, SP, Brazil

Um gajo deveras apaixonado pelo que faz. Jornalista, magro, pobre e feio. Tio da Carolina e da Gabriela, marido da Viviane. Repórter de esportes e motor, sãopaulino consciente, assessor de imprensa, fanático por automobilismo e esportes de aventura, e também freelancer, porque ninguém é de ferro.

quarta-feira, maio 31, 2006

Elementar, meu caro Watson...

SANTA BÁRBARA (não foi aquele que se estranhou com o Adriano?) - Acabo de ver, pela ESPN Brasil, que os médicos da seleção brasileira optaram por cortar Edmílson do time para a Copa do Mundo. E assim, vão chamar Mineiro, do São Paulo. Boa escolha. Mineiro, que é gaúcho, era mais um injustiçado fora da lista do Pé-de-Uva, e agora tá lá.

Estranho é terem arrumado um inchaço no joelho do cara depois do jogo (ele estava correndo normalmente após a partida, fazendo exercícios) e uma lesão no menisco, com tempo longo de recuperação. Ele nem reclamava! Acho mesmo que a causa foi aquele estranhamento com o Adriano, afinal, o cara nem mancava! Hum... Sei não.

Agora, pra completar a minha alegria, só falta cortarem o Ricardinho. Rá!

terça-feira, maio 30, 2006

Me erra, pô!

AMERICANA (the magic four in action) - Ninguém me liga o dia todo. Quando começa o jogo do Brasil, toca meu ramal, meu celular, nego me chama no MSN, o escambau. Eu tenho que ver esse jogo, não por ócio, mas porque eu escrevo sobre futebol também, cacete. Puta merda, ninguém vê jogo nesse país? Não dá pra parar por dois tempinhos de 45 minutos? Então não enche! Porra.

segunda-feira, maio 29, 2006

Por enquanto

AMERICANA (um breve ataque alérgico pela manhã, nada demais) - A sociedade fede, dizia Cazuza, acho. Sinto-me um excluído, um discriminado. Porque, para ser feliz, uma pessoa precisa necessariamente estar conectada a outra? Alguma boa alma que lê este blog, por favor, diga-me. Está lançado o desafio. Tudo bem que apelei a Padim Ciço um dia desses aí. Tudo bem que a coisa foi até sincera, mas confesso que foi mais um exercício literário fracassado do que qualquer outra coisa.
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Enfim. Já começa por Tom Jobim, dizendo em uma música que é impossível ser feliz sozinho. Concordo. Por isso tenho papai, mamãe, vovô (os dois), vovó (as duas), irmão, primos, uma cadela linda e uma sobrinha mais linda ainda. E claro, poucos, mas ótimos amigos. Mas a gente não quer só comida. A gente quer comida, a gente quer bebida, diversão e balé.
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Só que somos enfiados nessa redoma, nessa bolha, porque não temos alguém pra dividir a pipoca, pra fazer comentários ao pé do ouvido no cinema, trocar uns beijinhos. Alguém pra perguntar (ou ser perguntado) sobre como foi o dia, ou quem é aquela mocrrrrrréia que te cumprimentou com olhares mal-intencionados. E somos vistos como pobre-coitados solitários.
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Gente, eu curto a vida também! Às vezes até mais que você que namora e sai escondido numa sexta à noite, ou alega que vai jogar bola quando na verdade vai é ao puteiro ou num churrasco numa chácara qualquer, cheio de mulheres quaisquer.
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Eu preciso de um par pra ser feliz? Claro que ajuda. Mas se eu não estou bem comigo mesmo, é meio difícil, né não? Se eu não me trato bem, como eu vou tratar uma respectiva? Se eu não gosto de mim mesmo, como vou gostar de alguém? Vejam só que dilema! As coisas devem estar muito bem equilibradas. E quando esse equilíbrio chegar, paciência, introspecção, uma volta com a cachorra, um sábado de babá com a sobrinha, um DVD de música, alugar Friends, whatever.
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Se sinto falta da metade da laranja? Sim, of course. Pero, essa metade aqui ainda está meio que um bagaço, e assim não dá pra juntar nada, por enquanto. Porque todos os meus amigos têm namorada eu vou me sentir um encalhado? No way! Mas também não vou cair naquelas armadilhas narcisistas, tipo não-achei-ninguém-que-me-merecesse. Isso é hipocrisia demais de quem não se examina e sai por aí com um par novo por mês, espalhando pra Deus e o mundo que está namorando, que está feliz, toda-toda, linda e cheirosa, e depois tem que fazer aquela cara de bunda e explicar por quê diabos não deu certo.
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A fila anda, claro, mas não em Mach III. Falta conhecimento, entrosamento, e principalmente tempo apra que estes dois primeiros mentos aconteçam de fato. Claro que, como tudo na vida, há o outro lado. Quanto mais a gente se enconcha, mais com cara de ostra vai ficando, mais retraído e ensimesmado, se está um bagaço.
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Dizer que não precisa de ninguém para ser feliz também é um erro grotesco. Porque solidão embrutece, solidão entristece, cega, emburrece e enche a gente dos piores sentimentos que são a auto-suficiência e a certeza. Pareço estar contradizendo o primeiro parágrafo. Mas não. Para tudo é necessário equilíbrio.
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Aí ninguém mais serve, ninguém mais vale a pena, ninguém mais está à altura do nosso isolamento e nossa arrogância, aí todo mundo é burro, todo mundo é ignorante, todo mundo é menos e ninguém sabe patavinas a nosso respeito. E ninguém se encaixa comigo, ninguém é tão inteligente, culto e poliglota que nem eu, ninguém é tão descolado e aventureiro como eu. Ah, credo, ela gosta de pagode! EU sou tudebão, e ninguém serve para mim. Porque EU sou inteligente, EU sou culto, EU tenho um trabalho do qual me orgulho, porque EU me amo e EU me basto.
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Bullshit. E lá, bem sozinhos dentro da nossa concha, a gente passa o tempo fazendo pérolas que nunca ninguém vai ver.

sábado, maio 27, 2006

AVENTURA NAS VEIAS!







Para contar como é uma corrida de aventura, a reportagem não teve outra opção:aventurou-se. E sobreviveu para contar a história
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CLEBER BERNUCI
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SÃO PEDRO - É difícil explicar os motivos que levam um cidadão comum acordar cedo em pleno domingo gelado para fazer alguma coisa que não seja ver uma corrida de Fórmula 1 sob cobertores. E quando fui convidado a fazer a cobertura jornalística do Adventure Camp - uma corrida de aventura que aconteceu no último domingo em São Pedro - topei com uma condição: que eu fosse inscrito na prova e competisse. E assim foi.
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Vi que seria uma aventura ao conhecer os integrantes da equipe na qual fui inscrito. O arquiteto Rodrigo Alonso, 35 anos, alpinista e triatleta; Fernanda Bredariol, 26anos, professora de educação física e a nutricionista esportiva Anielle D'Angelo, também de 26 anos. Um pessoal preparado, que forma a equipe Rústicos da Selva. Aventureiros profissionais.
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Vida de jornalista, muitos sabem, é um primor de sedentarismo. Eu estava lá, com três feras que correm e pedalam todos os dias. A receptividade do intrépido trio ao menos me deixou aliviado. Parecíamos amigos de longa data.
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A prova - A largada foi dada às oito horas, no Parque Municipal. No total do percurso foram 37 quilômetros de mountain bike, dez de corrida (trekking), oito de remo pelo Rio Piracicaba (quatro por dupla da equipe) e assustadores 105 metros de descida em rapel (canyoning).
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Passamos pelos PCs (pontos de checagem) e depois de 15 quilômetros, deixamos as bikes e a equipe se dividiu. Anielle e Fernanda partiram para o trecho de canoagem. Eu e Rodrigo, para a trilha até o PC seguinte, onde encontraríamos as meninas e faríamos a troca.
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Fazer o bote navegar em linha reta é façanha das mais difíceis para dois estreantes na modalidade. Quatro quilômetros depois, chegamos com os ombros pesados. E seguimos na trilha. Correndo.
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O cansaço. Uma barra de cereal, uns goles d'água. Outro PC e o reencontro com as bikes. Mais 22 quilômetros. Muita areia e muita subida. Cansaço. Um gel repositor e mais água. Eu pensava na omelete de minha mãe, na macarronada do meu restaurante favorito... Porque gel e barras só te dão energia, mas não matam a fome. Se possível, eu comeria a minha mochila naquela hora.
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Rodrigo com fortes câimbras nas coxas, e Anielle teve uma rápida crise de pressão baixa, nos preocupando e provando que até os mais preparados sofrem. Água, gel repositor, mais sal e isotônico. Depois, seguimos pela estrada, a pé, para a Gruta dos Anões, no rapel. É um trecho onde todos vão correndo. E também voltam.
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Morto de cansaço, descobri o significado da palavra exaustão. Mas cruzei a linha de chegada ao lado da equipe exatamente às 15h55, 1h25 depois da equipe vencedora. Entre as 82 que terminaram, nada mal ficar em 20º (pela cronometragem, sem contar as penalizações). Nada mal. Chegar inteiro já era uma vitória.
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Ir além do cansaço, superar seu próprio corpo e seus limites traz uma sensação extremamente renovadora. Isso é uma corrida de aventura. Aprendi mais sobre meus limites e como superá-los. E mais do que isso: consegui três grandes amigos.
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*Matéria publicada no caderno de Esporte jornal O LIBERAL. Fotos: Luciano Scarso.

terça-feira, maio 23, 2006

Pra vocês


SÃO PEDRO (um mais louco que o outro) - Amigo é coisa que se faz com o tempo. Amigo é coisa que se faz com dificuldade. Amigo se faz na paciência. Tenho poucos, muito poucos, mas bons amigos. Bons não. Excelentes. E nesse fim de semana eu tive a felicidade de fazer três de uma só vez. Três loucos. Tresloucados.
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Fui fazer uma corrida de aventura em São Pedro. A expectativa era me ralar um pouco para conseguir um bom texto. Aí soube que seria encaixado numa equipe. Até aí, sem preocupação. Minto. Me preocupava a dúvida de mim mesmo: não sabia se conseguiria chegar no fim da prova. Aí, o time poderia ficar emputecido comigo. E com razão.
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Aí, topo com esse trio aí de cima.
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O mais engraçado foi quando eu dei de cara com eles no final da tarde de sábado. Parecia que eu já os conhecia há tempos e só fazia alguma cara que não os via. Fui recebido efusivamente. E minha empolgação ao conhecê-los foi recíproca. A amizade foi feita ali. Fomos fazer a checagem do material, fazendo piada, dando risada, sem perguntas "de onde é, o que faz, quantos anos tem, que musica curte".
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Amigo se faz com tempo. Oito horas, foi o que eu precisei pra me apaixonar por esse trio. Das oito às 16 horas, o tempo de duração da prova. Amigo é coisa que se faz com dificuldade. Foi foda levar aquele duck em linha reta. A gente reclamava, até pensou junto em empurrar o bote a nado. Aí foi só começar a bater papo: parece que o duck foi colocado em linha reta e foi no piloto automático até seu destino. Difícil também foi ter que praticamente reaprender a andar de bicicleta e suportar as dores na bunda com aquele selim filho-da-mãe...
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Amigo se faz na paciência. Na que tivemos quando uma sentiu tontura por falta de sal, ou o outro teve cãimbras, ou quando eu não agüentava a corrida no mesmo ritmo, ou quando esperávamos alguém que ficou pra trás de bike, quando alguém errava o caminho e voltava sem reclamar de nada; ou na perseverança, quando começava a pensar nas dores que sentia, ou na distância que faltava, ou começava a falar de comida e inventar receitas ainda sobre as bicicletas.
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O Rodrigo, doido que só. Espírito de aventura na veia, o cara que leva o hobby mais a sério que o trabalho. Um louco profissional, federado. Um bom humor que só vendo. A Fernanda, cara de moça brava e preocupada, mas simpática ao extremo, concentrada no rendimento da turma. Uma mãe para a equipe. Nunca perde o foco. Se não fosse por ela, a gente tava ferrado. A história do amendoim confirma tudo.
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A Anielle é só surpresa. Com essa carinha meiga - não vou falar que parece a Julia Roberts, viu! (xi... falei) - um sorriso que quase me derrubou da bike quando notei a semelhança, mesmo com a inútil réplica negativa. Chegou lá, correu, pedalou, remou. Falou pouco. Guria de poucas palavras e mãos à obra.
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Olha, eu gosto dos meus amigos demais da conta, mas esses novos também vão pra minha galeria VIP. A expectativa foi superada sobremaneira. Ralei demais, e se não conseguir tirar da idéia um bom texto, ficam na minha memória, nessa cabecinha de pensamentos tortos, bem guardadinhas as lembranças.
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Dizem por aí que não se faz amigos bebendo leite. Mas esses eu fiz bebendo gatorade e comendo barrinha de cereal.
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* Foto tirada pelo eterno Luciano Scarso. Gordo, não te pus na foto porque a outra ficou meio cortada. Mas no meu coração estás inteiro. E Gordo. Sabes que sem ti essa aventura não teria sido a mesma.

Sempre procuro um outro ângulo para me espiar de longe. Não é aconselhável permanecer muito perto do que se conhece.

Conforme publicado no último post, o fim de semana saiu todo nos conformes. Como ainda estou em êxtase, tanto da Moët & Chandon que tomei no almoço na capital do estado quanto pelo meu estado de cansaço, beirando ao moribundismo (olha o neologismo), este pobre, magro e dolorido escriba vai retirar-se para o aposento real, deitar em sua mesma cama que o acomoda desde os seis anos de idade - e deixa de pé pra fora - vai tomar um Dorflex com antiinflamatório e vai dormir o sono dos justos.

Depois eu falo da Mercedes, da corrida e do C3. Depois, tá bom?

quinta-feira, maio 18, 2006

Aventura na veia!

AMERICANA (eu amo o que faço) - Nada como uma aventura para quebrar a monotonia. Acho que, nestes próximos quatro dias, nada vai me deixar de mau-humor. A começar por ontem, quando a minha sobrinha me acordou cantando a música da baratinha. Eu não lembro como era, porque eu ainda estava entorpecido pelo sono, e sou como carro velho a àlcool... Sem carburador, não vai mesmo. Mas só a vozinha dela cantando rá rá rá, rô rô rô, já me fez valer o dia.
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Na sexta, vou fazer uma matéria pro jornal, lá em Campinas. Um negócio extremamente chato. Vou fazer testes com carros da Mercedes e escrever dizendo o que eu achei, e o que esses alemães têm de tão bom. Ruim, né? Vou realizar um sonho, porque sempre quis pilotar uma "Merça". Não sonho com Ferrari, BMW, Lamborghini ou essas coisas muito espalhafatosas. Pra mim, uma Mercedes já estaria de bom tamanho. Então, se alguém aí ganhar na loteria, compre uma Merça e me contrate como motorista particular. Só não garanto dirigir devagar. Ou me dê uma.
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Aí, recebo uma ligação, na redação do jornal. Um convite para eu cobrir uma corrida de aventura, nesse fim de semana, em São Pedro. O senso de oportunidade aguça minha perspicácia, então emendei pro cara: "Interessado em cobrir eu estou sim, mas só se for participando da corrida". O cara aceitou e fez a minha inscrição. Daí fui saber como é a prova.
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Começa com mountain bike (a organização vai me arrumar uma magrela), tudo no meio do mato, depois tem duck (descida de corredeiras em um bote inflável a remo, para duas pessoas), alguns quilômetros de corrida e um rapel básico para encerrar. Adrenalina e endorfina puras na veia!
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Tem que levar um monte de coisa: caixa de primeiros socorros, apito, farol, o escambau. Fora o frio que faz lá. Não quero nem ver. Vou me acabar naquele negócio. Mas veio em boa hora. Eu vinha mesmo precisando demais de uma aventura dessas. Pra depois ter história pra contar, tanto para os amigos, como no jornal e neste estimado blog.
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Depois, na segunda-feira, vou lá pra capitar, SP, em um evento da Citröen em um hotel. Vou testar o novo Citröen C3 XTR, um modelo esportivo e mais potente. Já ganhei até o "press kit", com camiseta, chaveiro, bolsa, o escambau. Depois, um belo almoço no hotel e é só voar de volta pra redação.
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Se tem uma coisa que fiz corretamente na vida, foi escolher a minha profissão.
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Nada vai estragar esse fim de semana. Nada!

quarta-feira, maio 17, 2006

Começou bem

SANTA BÁRBARA (existe céu mais azul que esse?) - Eu tinha tudo pra acordar com um péssimo humor hoje, mais cedo que o de costume. Mas fui acordado pela fofura da minha sobrinha de dois anos, cantando a música da baratinha. Rá, rá, rá, rô, rô, rô! Tem jeito melhor de acordar?
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Nada estraga o meu dia hoje.

terça-feira, maio 16, 2006

É melhor mesmo?

AMERICANA (agora dá gosto de andar em São Paulo) - Hoje acordei com aquela sensação de vazio. De estar sem ninguém num mundo de gente. De um profundo sentimento de solidão. É daqueles casos em que se olha para o horizonte e se encontra resposta no fim de onde a vista alcança.

As sobrancelhas franzem, a cara fecha, palavras não saem e não se ouvem. E no meio do pensamento quase vazio, brota um insight de que, à beira de um quarto de século, preciso rever alguns dos meus conceitos. E desta vez aplicá-los definitivamente.
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Bom, deixa eu voltar à minha válvula de escape: me afundar no trabalho.

segunda-feira, maio 15, 2006

AMERICANA (óh, e agora, quem poderá me defender?) - Enquanto a Commebol não baixar uma medida que recoloque o Corinthians na Libertadores, vai continuar essa zona nas cadeias, neguinho tacando fogo em ônibus, jogando bomba em delegacia, matando policiais e metralhando agências bancárias.

Onde está o coronel Ubiratan em uma hora dessas?

A Palestina é aqui, cambada.

sexta-feira, maio 12, 2006

Sobre ser Jornalista

AMERICANA (hoje eu vi "De Volta para o Futuro") - Recebi um e-mail legal hoje. É sobre ser jornalista. Claro que é um pouco exagerado, mas mostra bem o que é a realidade de quem trabalha na imprensa, de quem lida com pressão, ficar atento o tempo todo para não levar furos, editor te xingando, "tá uma merda, escreve de novo", enfim, todo tipo de merda que vem para o nosso lado. Apesar de todos os pesares, ser jornalista é uma delícia. E a gente não paga pra ver jogo.

Conta a lenda que, quando Deus liberou para os homens o conhecimento sobre como ser jornalista, determinou que aquele saber ficaria restrito a um grupo muito pequeno e selecionado. Mas, neste pequeno grupo, onde todos se achavam semi-deuses, já havia aquele que iria trair as determinações divinas. Então aconteceu o pior!!! Deus resolveu fazer valer alguns mandamentos:
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1º Não terás vida pessoal, familiar ou sentimental;
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2º Não verás teus filhos crescerem;
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3º Não terás feriado, fins de semana ou qualquer outro tipo de folga;
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4º Terás gastrite, se tiveres sorte. Se fores como os demais, terás úlcera;
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5º A pressa será teu único amigo e as suas refeições principais serão lanches;
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6º Teus cabelos ficarão brancos antes do tempo, isso se te sobrarem cabelos;
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7º Tua sanidade mental será posta em cheque antes que completes cinco anos de trabalho;
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8º Dormir será considerado período de folga. Logo, não dormirás;
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9º Trabalho será teu assunto preferido, talvez o único;
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10º A máquina de café será a tua melhor colega de trabalho, porém, a cafeína não fará mais efeito depois da primeira semana;
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11º Terás sonhos com pautas e, não raro, resolverás problemas de trabalho neste período;
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12º Exibirás olheiras como troféus de guerra;
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13º E, inexplicavelmente, gostarás de tudo isso...
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quarta-feira, maio 10, 2006

Valha-me, 'Padim Ciço'

SANTA BÁRBARA (acabou o café. E agora?) - Olha, nem católico eu sou, mas vou fazer esse apelo, por sua popularidade e eficiência. Padim Ciço, dá um toque pra Santo Antônio, que a coisa tá feia. Não sou súdito, mas venho como teus adoradores lá do norte, na simplicidade do desespero de causa.

Tudo bem que eu sou emocionalmente instável, tenho um geniozinho ruim, sou arrogante às vezes, minha sinceridade me atrapalha e justifico qualquer fracasso com meu complexo adolescente de patinho feio. Que eu sou exigente demais, que acho defeitos demais (e muitas vezes não olho para os meus) e depois a culpa me consome as entranhas.

Mas veja bem, padim Ciço: sou educado, trabalhador, esforçado, dedicado, razoavelmente bonitinho (ao menos, esguio, que fica bem num terno), abro a porta do carro, sou gentil, gosto de fazer uma surpresa, sou carinhoso. E muitas vezes, carente. Carente até a morte.

Eu queria muito, padim Ciço, que o senhor já fosse se organizando para me dar de aniversário (esqueça 12 de junho, mentalize 6 de novembro, que ainda dá tempo pra eu me reformar) uma paixãozinha que seja. Um flerte que acabe em um beijo bem bobo, bem devagar, com os olhos fechados e virando em suspiros, um primeiro toque acidental entre-aspas, uma surpresa de identificaçao na intenção do olhar.

Não se incomode agora, padim, só estou lhe avisando com antecedência para o senhor já ir manipulando o destino e as fatalidades do amor de modo a cruzar as linhas necessárias para o encontro. Porque, afinal, meu aniversário está longe e primeiro preciso passar incólume pelo meu inferno astral.

Não, não. Pensando bem e já caindo em contradição, seria melhor antes. O inverno está aí e sempre me vem aquele trecho da música que diz "quero que você me aqueça nesse inverno, e que tudo mais vá pro inferno". Eu quero um sábado à noite sossegado, ver filme, comer chocolate e pipoca tomando Coca-Cola, num colchão jogado no chão da sala e bem abrigado por um abraço gostoso, um colo quente e um edredon macio. Bem idiota, bem previsível, bem simples.

Só que pelo amor do teu Chefe: faça um trabalho bem feito. O senhor tem sido muito meia-boca comigo ultimamente e eu acho isso uma vergonha para uma divindade da sua estatura. Ou me faça uma boa surpresa ou nem se atreva a me mandar cupidinho incompetente, burro ou mal-intencionado fazer o serviço que o senhor faz muito melhor.

Quero voltar a cantar no chuveiro, mimar alguém com prazer, fazer e receber massagem nos pés. Porque Nietzche já disse: "Odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia". Padim, me quebra essa.
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Fico te devendo uma, meu véio.

Não levanta-te

AMERICANA (gira mondo, gira) - Textinho que não é meu, mas bem que poderia ser. Esse cara, Fabrício Carpinejar, me mata de inveja do que ele escreve. Fera demais. Ele põe muita sensibilidade, muito tesão, detalhes. E me identifico com muito do que ele escreve. Ele coloca coisas na tela que nosso inconsciente não consegue expressar. E é essa a maior qualidade do escritor. Pago um pau pra ele. Para vosso deleite, segue um texto desse cara logo abaixo.

"Não suporto a idéia de homens que mal deixam o corpo da mulher e logo vão tomar banho, logo querem se afastar daquele ato e se desculpar da impetuosidade. Lavam a boca para escorrer ao longe as palavras e as frutas. Lavam as pernas da boca. Levantam como um ritual cumprido, um ofício, um trabalho, e desejam apagar o desejo. Eliminar os vestígios, os sinais, a saliva em seu corpo. Esfregam com o sabonete a língua, o gozo, os odores fortes de montanha.
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Esfregam-se de pudor. Fazem desaparecer o suor que os pássaros só encontram em sua plumagem depois do vôo. Desejam suavizar os arranhões e recuperar a aparência. Desejam sair bruscamente do quarto porque não suportam o prazer depois do prazer. O prazer depois do prazer é levitação, é feminino.
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Que não se deitam mais para recomeçar, que não dormem agarrados com a nudez dela a completar os seus músculos, que não preparam uma fogueira com as unhas nos cabelos dela, que não suspiram após gemer. Que não ficam a conversar sobre as distrações da infância, a conversar à toa sobre os planetas que não foram descobertos, a rir dos vaga-lumes histéricos fora de casa. Que não afundam a respiração nas cobertas e nos travesseiros, que não inspiram o vinho antes de beber.
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Que desertam no momento em que encontraram um sentido. Que se arrependem de seus instintos e colhem as calças, as meias, a camisa e o medo do chão. Não suporto homens que não tomam o cheiro de sua mulher como seu próprio cheiro. Que repelem a permanência, a toada, a constância, que se irritam com uma intimidade que não seja movimento e sexo. Que se lavam como se tivesse pecado e se apressam em reconstruir as frases.
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Que não se inclinam para beijar de novo e descobrir uma porção invisível da boca no rosto. Que trocam o corpo imediatamente como quem troca lençóis, trocam o corpo como quem troca de roupa, trocam o corpo como quem troca de rua. Que ajeitam a cena e procuram as horas e as chamadas não atendidas no celular.
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Que se vêem culpados pela masculinidade, por revelar suas fraquezas. Que encurtam os braços nas portas e desistem de esculpir o pêlo nas curvas. Que são outros, frios e indiferentes, ao deixar a cama.
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Eu não me sinto sujo depois do sexo. Eu me sinto limpo, eu me sinto perfumado, eu me sinto enredado de nascimento. E não darei tão cedo minha memória para a água."
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Fantástico, não?

terça-feira, maio 09, 2006

Don't cry for me, Argentina...

BUENOS AIRES (ARGENTINA) (hic-up, hic-up, hic-up) - Esse fim de semana eu fui pra Argentina. Fui lá cobrir corrida. Bom, né?, pensa você. Tirando a parte que suas despesas são pagas, maravilha. E pondo a parte que você trabalha feito um cão, come mal, dorme mal e passa um dia todo sem ver um chuveiro, é ruim. Mas a parte boa se sobrepõe, pra falar a verdade.

Foi bom voltar lá. Eu tava com suadade, principalmente de Rosario, onde deixei poucos e bons amigos do mês que passei estudando lá, no inverno de 2003. Revi todos, bebemos, cantamos.

Foda foi a maratona. Senti-me Tom Hanks em "O Terminal". De Buenos Aires, um busão para Rosario. Viagem aeroporto-rodoviária. Sexta à noite foi de relaxar. Bar, bebida, música, fui um bom hóspede. Manhã seguinte, rodoviária e busão pra Santa Fe. Lá foi a corrida.

Pra votar, de Santa Fe a Rosario. Da rodoviária, ao aerporto. Avião à noite pra Buenos Aires. E na manhã seguinte, avião para SP. Fora a crise de soluço que só faltou me dar cãimbras abdominais sexta e sábado. Parava por cinco minutos, e vol(hic-up!)tava. Horrível. Acho que não existe tortura pior. Ô desgraça.

Do resto, foi muito legal.

Chega do momento "meu querido diário".

segunda-feira, maio 08, 2006

Perco o amigo, mas não a piada

AMERICANA (eu tenho uma camisa do River que comprei na Argentina) - Quinta-feira: Corinthians 1 x 3 River Plate. Domingo, São Paulo 3 x 1 Corinthians, de virada. O que mais desejaria eu, um magro, pobre, realizado e são-paulino escriba?

A semana começou p-e-r-f-e-i-t-a.

terça-feira, maio 02, 2006

Cama de gato

AMERICANA (terça. Mas com gosto de segunda) - Minha cama está de zueira com a minha cara. Só pode ser. A minha caminha. A mesma sobre a qual eu durmo desde os seis anos de idade - e já há um bom tempo fico com os pés para fora. Minha cama. A mesma que me deu tantas noites de descanso, de manhãs preguiçosas, na maioria solteiro - como a designação da cama - mas em outras acompanhado (dá-se sempre um jeito de caber alguém), de ver filmes, de noites cansadas, de insônia, de noites longas, de noites de prantos e de extremas alegrias.

A mesma cama que me acolheu chorando copiosamente quando o São Paulo perdeu a final da Libertadores para o Vélez, da Argentina (Palhinha, filho da puta, não te perdôo até hoje por aquele pênalti que perdeste, desgraçado), que me esperou chorar só ao apagar das luzes quando Senna morreu, mas que também me acolheu nas minhas alegrias - e nos acessos de alergia, nas noites asmáticas e pós-operatórias.

Já saí dela, sempre às manhãs, em uma situação, e voltei em outra. Levantei esperançoso e deitei derrotado; levantei cheio de expectativas e deitei frustrado; acordei analfabeto e voltei alfabetizado; levantei sóbrio e dormi xapado; acordei saudável e adormeci adoentado; levantei dormindo e deitei acordado. A mesma cama sobre a qual acordei virgem e me deitei vestindo os louros da vitória, olhando para cima e relembrando, segundo a segundo, aquela maravilhosa noite de junho - e júbilo.

Minha cama viveu muitas novidades. Deu-me sonhos ótimos, mas também me deu os piores pesadelos. Noites de alegrias, de tristezas. Noites - ou algumas horas, e até minutos - de amor insano e de solidão surda. Noites em claro, de calor, de frio, de ficar olhando o céu estrelado pela janela aberta na quentura da madrugada.

Minha cama começa a dar sinais de velhice. Mas ficou uma velha ranzinza. Começou a me pegar de surpresa quando amarrava os sapatos, deixando cair o estrado e me fazendo ficar com as pernas para cima, xingando até a nonna. E agora, deu para me atormentar. Tem um estrado novinho - o outro, em um raro acesso de raiva, eu piquei com o machadinho porque me derrubou de surpresa -, mas como uma velha, mesmo com dentadura nova em folha, continua a reclamar da vida. Do que reclamas, ingrata? Eu não sou gordo! Pelo contrário, eu é que devia estar reclamando porque sempre tenho os pés fora de seu colchão! Tudo bem, você diz, porque deitado todo mundo fica igual, né mesmo?

Sexta-feira, eu dormia. E ela desabou. No sono, a impressão que tive foi a que o chão estava me engolindo. Era o apocalipse. Iria parar no inferno. Eu, que sempre achei que subiria, condensando, espalhando um cheiro de saudade no ar dos vivos, me via descendo, engolido pelo chão, ou pelas tábuas da cama. Acordei. A primeira coisa que veio à cabeça era o agradecimento por estar vivo. Depois xingar a cama, pegar o colchão e dormir na sala.

Hoje, mesmo com uma barra de ferro para segurar o estrado (uma muleta só evita o tombo, mas faz mancar), ela aprontou duas comigo. Amarrava meu tênis, e ela pendeu para a direita, de leve, meio que me avisando: tira sua bunda magra daí! E mais tarde, quando eu ia pegar a chave do carro no criado-mudo (esse não reclama jamais!), ela, a cama, colocou o pezinho, de leve, pra frente para me acertar a canela.

E que canelada. Dói até pra subir uma escada.

Estou vivendo as últimas noites dessa cama ingrata. Logo logo ganho uma de casal (herdo de mama) e com um colchão de molas n-o-v-i-n-h-o. E você, cama de gato, vai para o cemitério das camas. Descanse em paz.

Rá!

O Albergue

O Tarantino é doente. Só pode ser. Doentio.

Filmaço, gente.